Cidades

Biota chama atenção para impacto em animais marinhos

Nove tartarugas e 1 golfinho encalharam oleados; há preocupação com espécies de menor porte, que “estão sofrendo mais”

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 18/10/2019 08h54
Biota chama atenção para impacto em animais marinhos
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis, fez um alerta para o impacto que as manchas de petróleo cru possam estar causando nos ecossistemas marinhos em Alagoas, principalmente nos animais de pequeno porte. “Quando o óleo vem atingir um animal grande ele pode ter causado devastação nos menores que são base de cadeia alimentar, inclusive para a gente. Eles são sentinelas do ecossistema e estão dizendo que o ecossistema não está bom, não está saudável quando esses animais são atingidos. Então por isso que a gente chama atenção para esse problema porque a megafauna está sendo atingida, mas por baixo delas existe uma gama de outros animais que foram atingidos também e estão sofrendo até mais que esses animais de maior porte. Os números não são tão alarmantes, mas são muito significativos”, avalia Stefanis. Desde o surgimento das primeiras manchas, nove tartarugas e um golfinho encalharam oleados nas praias alagoanas.  O biólogo explica que o número pode parecer “pequeno”, mas  indica um problema ainda mais “profundo”. “São nove tartarugas oleadas e um golfinho. Oleadas porque tiveram contato com óleo, não quer dizer que a morte do animal foi causada por isso. É um termo diferente. Esse número, entretanto é um número baixo comparado a outros fatores que causam morte de animais, porém tem um agravante que o óleo não atinge só a tartaruga. O óleo atinge toda a cadeia que envolve a tartaruga. Essas espécies são consideradas espécies bandeiras ou guarda-chuva, ou seja, protegendo elas todas as outras embaixo desse guarda-chuva são protegidas. É um conceito utilizado pela conservação”, detalha. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) afirma que ainda não é possível mensurar o impacto. Para tanto, equipes de mergulhadores da Marinha do Brasil devem chegar a Alagoas hoje (18) para avaliação dos corais.  Equipes de fuzileiros navais estão deste ontem reforçando os trabalhos. “Ainda não conseguimos ter um panorama. O trabalho está sendo feito em conjunto com o IMA [Instituto do Meio Ambiente de Alagoas] e Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] também. Os fuzileiros já estavam na praia de Japaratinga hoje [ontem,17] e está prevista a chegada de mais 100 amanhã [hoje,18]. Os mergulhadores devem chegar com esse novo contingente”, disse a Semarh. “Ainda são esperados 100 fuzileiros navais para reforçar o trabalho, além de um navio e mergulhadores da Marinha que ajudarão na avaliação da situação geral na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais”, afirma o IMA.