Cidades

Jornalista é atropelada durante protesto contra a reforma da Previdência em Maceió

Fenaj e Sindjornal manifestaram-se contra agressão sofrida pela jornalista Fátima Almeida

Por Texto: Rívison Batista 14/06/2019 18h59
Jornalista é atropelada durante protesto contra a reforma da Previdência em Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria

A jornalista e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal) Fátima Almeida foi atropelada por um motociclista durante a manifestação pacífica, em Maceió, contra a reforma da Previdência e a favor da greve geral. Segundo a jornalista, os manifestantes estavam passando nas proximidades do prédio da Embratel, no bairro do Farol, quando aconteceu o incidente. Durante a manifestação desta sexta-feira (14), também houve protestos de jornalistas alagoanos contra a proposta de redução salarial da classe.

Fátima Almeida falou à reportagem da Tribuna e contou que a ação do motociclista foi proposital. “Foram três motoqueiros. Eles cruzaram a via, aceleraram e colocaram os veículos para cima dos manifestantes. Nisso, um deles me atropelou. Fui até um pouco arrastada. Machuquei o braço, os dedos. Estou com o corpo dolorido, mas estou bem. Não foi um acidente, foi de propósito”, contou Fátima, que, no momento que falou à reportagem esperava atendimento médico em um hospital de Maceió.

No momento da ocorrência, Fátima afirmou que a manifestação estava descendo a Ladeira dos Martírios, indo em direção ao Centro de Maceió. Fátima também comentou que irá fazer um boletim de ocorrência sobre o caso neste final de semana. O presidente do Sindjornal, Izaías Barbosa, também falou à reportagem e disse que o que aconteceu com a jornalista foi um absurdo.

“Ela estava lá da mesma maneira que estavam todos: em uma manifestação pacífica. Esses motociclistas devem ter ido pra lá já com intenção de atropelar alguém, pois eles aceleraram as motos e botaram pra cima das pessoas. Todo mundo viu que um dos motoqueiros derrubou a jornalista e ainda saiu arrastando. Graças a Deus, não teve nada de grave, só escoriações nos braços e nas pernas”, disse o presidente do sindicato.

Izaías Barbosa estava na manifestação e contou que, no momento que Fátima Almeida foi atingida, os policiais do grupo de Gerenciamento de Crises prestaram todo atendimento e perguntaram se a vítima queria ser levada por alguma ambulância a um hospital. “Ela disse que não queria, pois no momento não estava sentindo nada. Mas depois, quando o ‘sangue esfriou’, ela reclamou de dores e foi para o hospital”, afirmou.

“É um absurdo que alguém queira impedir a livre manifestação de qualquer pessoa. Todos têm direito de se manifestar”, concluiu o presidente.

Fenaj

A vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Valdice Gomes, também ficou indignada com a agressão contra a jornalista Fátima Almeida.

“Vamos acompanhar esse caso de perto. O boletim de ocorrência realmente deve ser feito, até em nome da Fenaj e do Sindicato. Isso foi um atentado à liberdade de manifestação dos trabalhadores. Que isso seja apurado e investigado pela polícia. Se o Gerenciamento de Crises estava acompanhando, é preciso que se investigue e que essas pessoas sejam punidas. Essa intolerância, esse ódio que se tem em parte da sociedade não pode ser aceito pelas autoridades. Em uma manifestação pacífica, onde as pessoas têm todo direito de participar, ninguém pode ser atingido dessa forma que aconteceu”, afirmou Valdice.

Jornalista foi atropelada durante protesto em Maceió (Foto: Edilson Omena)