Cidades

Ato em frente ao Extra do Rio protesta contra morte de jovem negro por segurança

17/02/2019 16h59
Ato em frente ao Extra do Rio protesta contra morte de jovem negro por segurança
Reprodução - Foto: Assessoria

 Centenas de militantes se reuniram em um ato, na tarde deste domingo, em frente ao supermercado Extra, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Sobre um carro de som, integrantes de movimentos sociais, políticos e artistas denunciam o que chamam de racismo institucional que provocou a morte do jovem Pedro Gonzaga, imobilizado por um segurança do Extra, e a menina Jeniffer, de 11 anos, morta em Triagem, ambos na última quinta-feira.

[caption id="attachment_280672" align="alignnone" width="1024"] Mulheres, mães de jovens negros simulam abordagem no supermercado Extra (Mídia Ninja)[/caption]

Na entrada do mercado, militantes gritam palavras de ordem e policiais militares acompanham a manifestação com duas viaturas. Em uma intervenção, um militar recolheu uma tinta guache usada para pintar a faixa de pedestres. Logo após, a tinta foi devolvida para outra pessoa no grupo. Por volta de 15h40, os manifestantes entraram no estacionamento do mercado, se posicionando na porta. Eles fazem discursos e gritam palavras de ordem.

Entre os presentes estão o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB) e as deputadas estaduais Renata Souza, Dani Monteiro e Monica Francisco, também do PSOL.

A deputada estadual Monica Francisco manifestou sua indignação com execuções de jovens negros à revelia do sistema de Justiça. "A gente tem um estado democrático de Direito. Não podemos aceitar que a propriedade privada valha mais do que a vida. A indignação maior é que só jovens negros fazem parte das estatísticas ascendentes de mortes violentas. Não podemos aceitar o Estado do Rio de Janeiro dizendo que a morte é a punição institucional no Rio de Janeiro", diz.

O youtuber Spartakus Santiago diz que veio cobrar punições e soluções para crimes que vitimaram negros e negras no país. "Um jovem negro pode morrer nesse país simplesmente por existir. Ontem foi Pedro Gonzaga, amanhã pode ser eu, meu namorado, meus amigos. Para a gente, basta ser preto para ser bandido e a nossa sentença é de morte. Podem nos matar em lugar público e ninguém faz nada. Pior: ninguém é responsabilizado", diz.

O youtuber Yuri Marçal e as artistas do musical Elza também compareceram. Até o momento, não há registro de confusão no ato.