Cidades

Instituto Biota divulga números de animais da costa alagoana em 2018

Aves e mamíferos, como golfinhos e baleias, aparecem na lista, respectivamente, com 237 e 35 casos registrados

Por Claudio Bulgareli com Tribuna Hoje 14/01/2019 17h12
Instituto Biota divulga números de animais da costa alagoana em 2018
Reprodução - Foto: Assessoria
Um total de 2.233 animais foram encontrados na costa alagoana, de maio a dezembro de 2018, segundo dados estatísticos do Instituto Biota de Conservação, que disponibilizou os números no fim de semana. O número mais surpreendente foi em relação à presença das tartarugas da espécie Chelonia Mydas, conhecidas como tartarugas-verdes, que foram as que mais pareceram nas praias alagoanas, contabilizando 1.682 registros durante o período. Aves e mamíferos, como golfinhos e baleias, aparecem na lista, respectivamente, com 237 e 35 casos registrados, entre maio e dezembro do ano passado. O Biota registrou também 98 resgates de animais referentes ao mesmo período, incluindo os casos de mamíferos encalhados e mortos nas praias. Na última quinta-feira, dia 10, por exemplo, um golfinho mutilado foi encontrado na Praia de Feliz Deserto e uma tartaruga marinha encontrada morta na orla de Guaxuma Nos dados, um número que chama a atenção, são dos intitulados como “incomuns”, num total de 275, que são materiais não degradáveis como cordas de navio, pacotes de látex e outros. O responsável técnico pelo instituto, o biólogo Bruno Stefanis, Mestrando do Programa de Pós‐Graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos pela UFAL, ao mesmo tempo que fala da importância desse tipo de trabalho, admite que o mesmo corre o risco de não acontecer esse ano por falta de apoio. O Instituto Biota surgiu para promover a conservação de mamíferos aquáticos e tartarugas marinhas na porção sul da APACC e realizar campanhas informativas sobre as ocorrências de animais marinhos, bem como realizar monitoramento de praias para registros de ocorrências de tartarugas marinhas e mamíferos aquáticos e capacitar colônias e outros parceiros locais para monitoramento comunitário. Dentre os projetos do instituto está o Biota Mar, que é o monitoramento de praia na área entre o Rio Meirim e o Rio do Forte, no município de Maceió. A praia será percorrida três vezes por semana, no período de maré‐baixa, para registros reprodutivos (rastros e ninhos) e não‐reprodutivos de tartarugas marinhas, além de possíveis encalhes de mamíferos aquáticos e a Campanha informativa “Encalhou!?” , que surgiu com o objetivo de proporcionar maior eficácia no registro das ocorrências reprodutivas e no atendimento de animais encalhados na área do projeto, formando uma rede de colaboradores com a comunidade. Mas parte do trabalho desenvolvido pelo Instituto Biota de Conservação em Alagoas parece estar com os dias contados. A ONG, que atua no resgate e preservação de animais marinhos em Alagoas, tem como principal fonte financeira uma empresa de exploração de petróleo, responsável pela contratação de monitores. O Biota precisa destes profissionais para obedecer às regras mantidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para continuar funcionando. O contrato, no entanto está vencendo e não há previsão de renovação. De acordo com o responsável pelo Biota, Bruno Stefanis, com o fim do financiamento, o trabalho de monitoramento será comprometido. O centro de recuperação de animais, que funciona em Coruripe, também deve ser desativado. O diretor apela para que empresas interessadas em contribuir com o trabalho entrem em contato pelos números (82) 99115‐2944 e 98815‐0444, além dos e-mail [email protected] e [email protected]