Cidades

Movimento pede redução no valor da tarifa de ônibus

Expectativa é de que documento protocolado na SMTT seja analisado pelo Conselho Municipal de Transportes

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 04/01/2019 08h48
Movimento pede redução no valor da tarifa de ônibus
Reprodução - Foto: Assessoria
Conforme adiantado pela reportagem da Tribuna Independente na edição de 20 de dezembro, o movimento composto por entidades sindicais, estudantis e civis protocolou na manhã desta quinta-feira (3) ofício na Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) solicitando redução de 13,7% no valor da tarifa de transporte público de Maceió. A expectativa é de que o pedido seja analisado pelo Conselho Municipal de Transportes, órgão colegiado que discute, entre outros pontos, o valor da tarifa de ônibus da capital. No início de dezembro, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb) encaminhou pedido de reajuste em 13,7%, o que elevaria o atual valor de R$ 3,65 para R$ 4,15. Mas segundo a SMTT não há data prevista para a reunião. O documento é assinado por 33 entidades e quer, além da redução da tarifa, as planilhas de gastos das empresas, que são apresentadas todos os anos e servem como base para cálculo do reajuste. Segundo o movimento, o pedido de reajuste é uma proposta “gananciosa”. “Não bastasse o reajuste que os empresários do transporte tiveram no valor da tarifa em fevereiro de 2018, passando de R$ 3,50 para R$ 3,65, apresentam agora uma nova proposta de reajuste de 13,7%, alterando o valor para R$ 4,15. Como se vê, trata-se de uma proposta gananciosa, que tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população... Diante do exposto, reivindicamos: Diminuição no valor das tarifas do transporte público em 13,7%. Passando dos atuais R$ 3,65 para R$ 3,15; Planilha financeira das empresas de transporte. É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população”, diz o ofício. O pedido de redução é uma alternativa encontrada para evitar que o reajuste ocorra, segundo as entidades que assinam o ofício.  Para o líder do movimento contra o reajuste da passagem, Magno Francisco da Silva, o valor atual é desproporcional ao serviço prestado. “Vamos discutir coletivamente como reagir a essa proposta absolutamente desproporcional de reajuste nas tarifas do transporte. Compreendemos que o preço atual já é um absurdo. Especialmente se analisarmos a situação do transporte, que é de péssima qualidade, e a própria renda do trabalhador de Maceió, especialmente num cenário de crise”, avalia. Maceió pode ter a passagem mais cara entre as capitais do Nordeste   Caso aprovado o reajuste, o valor da tarifa de ônibus em Maceió será o mais caro entre as capitais do Nordeste.  Em Teresina - PI um reajuste foi aprovado no fim do ano passado e a passagem poderá chegar a R$ 4,02. Nas demais capitais os valores estão abaixo dos R$ 4,00: Salvador - BA (R$ 3,70); Natal - RN (R$ 3,65); João Pessoa - PB (R$ 3,55); Fortaleza (R$ 3,40); em São Luís - MA a tarifa é diferenciada, no entanto o preço máximo é de (R$ 3,30); Recife - PE (R$ 3,20). Classificado como abusivo por usuários, reajuste da tarifa tem gerado polêmica. A Tribuna Independente foi às ruas quando a proposta foi apresentada e a opinião de usuários era contrária. Para a cozinheira, Maria Margarete, de 59 anos, a proposta é um “absurdo”. “Todo dia são dois ônibus pra lá e pra cá. De domingo a domingo, feriado e tudo, pegando ônibus. Para mim isso é um absurdo. Já tá caro o preço que tá e ainda vai aumentar? Não existe, é um absurdo”. Luciene Silva é autônoma e diz que a passagem de ônibus pesa na hora de fechar as contas do mês. Quem também não aprovou a ideia foi Eloísa Silva de 23 anos. Ela reclama da insegurança nos coletivos e conta que já presenciou assaltos. “Como vai aumentar se não temos segurança? Para pegar um ônibus é um sacrifício e quando pega não tem segurança. Vai pagar R$ 4 reais para quê? Os ônibus vêm cheios, você corre o risco de ser assalto, vai em pé. Já presenciei assalto dentro do ônibus, no ponto.” O contrato de licitação, assinado em 2015 pela Prefeitura de Maceió e empresas licitadas prevê o mês de janeiro como data-base para discussões sobre reajuste do valor da tarifa.  Superintendente da pasta, Antônio Moura, foi procurado, mas a assessoria de comunicação informou que ele não se pronunciaria sobre o assunto. Ainda segundo a SMTT, o documento protocolado pelas entidades ainda não chegou ao setor de mobilidade da pasta municipal.