Cidades

Reunião entre Sindjornal e Gazeta de Alagoas termina sem acordo e demitidos vão à Justiça

Ainda será decidido se a ação será coletiva ou feita de forma individual

Por Texto: Bruno Martins com Tribuna Hoje 14/12/2018 16h39
Reunião entre Sindjornal e Gazeta de Alagoas termina sem acordo e demitidos vão à Justiça
Reprodução - Foto: Assessoria
Aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), na sede do Ministério Público do Trabalho de Alagoas (MPT-AL), no bairro Mangabeiras, uma reunião entre representantes do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), do jornal Gazeta de Alagoas e dos demitidos recentemente pelo veículo de comunicação que deixou de ser diário e passou a ser semanal. Não houve acordo entre as partes e os jornalistas entrarão na Justiça do Trabalho em busca de seus direitos. Ainda não está decidido se a ação será coletiva ou individual. Segundo o presidente do Sindjornal, Izaías Barbosa, não chegou a haver negociação porque a Gazeta de Alagoas não enviou representante jurídico. "Não foi ninguém dos Recursos Humanos, mandaram um rapaz que não tinha poder nenhum decisão, ele só foi para dizer que não tinha proposta, então decidimos que vamos entrar com uma ação contra a empresa aqui no Ministério Público do Trabalho e vamos agora brigar, pedir que a Justiça busque bens dos sócios para executar", declarou. A procuradora do Trabalho Adir de Abreu reafirmou que não houve proposta do jornal. "O jornal não teve nenhuma proposta, nada de afirmativo que comprovasse intenção de pagar, optou-se por buscar solução judicial", destacou. Na ata da reunião do MPT-AL, encaminhada à reportagem do Tribuna Hoje, a procuradora entende que "outra solução não há do que a busca imediata da tutela jurisdicional, observando a desconsideração da pessoa jurídica, diante de atos que indicam possível má-fé no relacionamento com seus ex-empregados e por consequência má gestão do empreendimento." Segue a ata: "cabe frisar que o mero encerramento das atividades não inibe a obrigação de pagar pelo trabalho do seu empregado, até porque neste caso a empresa sabia que ia encerrar parcela de suas atividades, mas não resguardou o direito dos seus empregados, deixando-os sem qualquer remuneração em plena virada do ano, impossibilitando-os de conseguirem vaga no mercado de trabalho e pior, sem qualquer valor financeiro que possibilite manter-se pelo período de busca de outro trabalho. Por fim, disse a Procuradora que a decisão da espera de acordo extrajudicial ou de ajuizamento de uma ação é direito de cada trabalhador". Durante a reunião a procuradora destacou que a Gazeta sequer apresentou proposta efetiva de pagamento aos trabalhadores, já que o prazo para pagar as verbas rescisórias terminou na quinta-feira (13). Os ex-funcionários já estão sem trabalhar desde o dia 14 de novembro e a empresa também não respondeu questionamentos do MPT e do Sindjornal sobre o pagamento das verbas trabalhistas, só disse que pagaria parcelado, porém sem detalhar quando e como este pagamento seria feito. Para Izaías, a última possibilidade de negociação acabou após esta reunião. "Acabou hoje. Se eles não tiveram o devido respeito de pelo menos mandar o jurídico lá é porque eles não querem negociar. Agora é meio jurídico, vamos entrar com uma ação contra, a gente ainda está decidindo se será uma ação coletiva ou individual, vai depender do que os colegas, os demitidos, resolverem, porque eles quem decidem a forma. A gente está pra saber ainda, ficaram de hoje dar uma resposta", falou o presidente do Sindjornal.