Cidades

Objeto encontrado na Praia da Sereia é radar ilegal de pesca, diz Instituto Biota

Disco foi encaminhado ao Ibama e órgão está investigando de que navio o objeto se soltou

Por Texto: Rívison Batista / Evellyn Pimentel 14/12/2018 19h30
Objeto encontrado na Praia da Sereia é radar ilegal de pesca, diz Instituto Biota
Reprodução - Foto: Assessoria
Um objeto estranho foi encontrado por moradores na praia do Mirante da Sereia, no bairro de Riacho Doce, em Maceió, na manhã desta sexta-feira (14). O objeto trata-se de um disco e foi recolhido por uma equipe do Instituto Biota de Conservação. De acordo com técnicos do Biota, o disco é, na verdade, um dispositivo ilegal de pesca e, por isso, foi encaminhado ao  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com a técnica do Biota Bruna Teixeira, o disco foi encontrado nas proximidades do mirante que fica na praia e, ao contrário do que aparenta, não é feito de metal. “Na verdade, observamos que é constituído de um plástico bem resistente, como uma tampa de uma caixa d’água, por exemplo”, afirmou a técnica à reportagem da Tribuna. Ainda de acordo com Teixeira, o estranho objeto achado na Sereia é, na verdade, um aparelho utilizado ilegalmente para pescaria. “É um dispositivo para identificação de cardumes de atum. Mas o Ibama nos informou que esse o tipo de pesca utilizando esse dispositivo de radar é ilegal no Brasil, pois aumenta o esforço de pesca. Eles ficam sabendo onde está o cardume e vão justamente para lá”, esclareceu a técnica do Biota. Segundo Bruna, o dispositivo de radar deve ter se soltado de algum navio que faz pesca de atum, porém, ainda de acordo com a técnica, nenhuma embarcação desse tipo foi identificada pelo litoral alagoano. O objeto encontra-se apreendido no Ibama, onde os agentes do órgão estão investigando de que navio se soltou a peça. Depois da investigação, segundo o Biota, serão tomadas as medidas previstas na legislação brasileira. Nota da Marinha A Capitania dos Portos de Alagoas (CPAL) pronunciou-se sobre o caso e afirmou, em nota à imprensa, que não foram registrados incidentes de navegação que indicassem a origem do objeto encontrado na Praia do Mirante da Sereia. “Assim como dos pacotes sem identificação que apareceram ao longo do litoral alagoano no mês passado. A CPAL acrescenta que está acompanhando os casos”, afirmou. Pacotes pelo litoral alagoano No início de outubro, caixas “misteriosas” feitas de um material emborrachado parecido com látex (como foi informado pelo Biota na época) foram encontradas em praias por todo litoral nordestino e, inclusive, em praias alagoanas, do norte ao sul do estado. “Fizemos a pesquisa sobre os objetos e depois entregamos tudo aos órgãos competentes. Entregamos ao Ibama todas as caixas que recolhemos e as que apareceram posteriormente passaram a ser coletadas pelas prefeituras”, afirmou Bruna Teixeira.

80 pacotes foram encontrados em praias de Alagoas e de mais 5 estados (Foto: Instituto Biota)

Segundo a perícia feita pelo laboratório do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) em novembro passado, os pacotes misteriosos se tratam de fardos de borrachas. Segundo o gerente de laboratório do IMA/AL, Manuel Messias, foram recortadas amostras e realizada a queima localizada. “Não se trata de látex e sim de uma borracha sintética, derivada de petróleo. A base é o hidrocarboneto. Aparentemente, parece que era borracha compactada e já pronta para uso”, disse Messias à reportagem no mês passado.