Cidades

Faculdade faz demissão em massa de professores e sindicato diz que vai ao MP

Presidente sindical diz que demissões são resultado da reforma trabalhista

Por Texto: Rívison Batista 13/12/2018 20h30
Faculdade faz demissão em massa de professores e sindicato diz que vai ao MP
Reprodução - Foto: Assessoria
Nesta quinta-feira (13), o Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro Alagoas) afirmou que cerca de 50 professores foram demitidos da Faculdade Estácio, em Maceió. De acordo com o presidente do sindicato, Eduardo Vasconcelos, a demissão em massa atingiu antigos profissionais da instituição e o motivo das dispensas pode ser salarial. “Nesta sexta-feira (14), estou indo lá pessoalmente falar com a direção da faculdade”, disse o presidente sindical. Vasconcelos explica que, recentemente, a Faculdade Estácio fez outra demissão em massa de cerca de 30 professores, e o Sinpro foi à Justiça, conseguiu a reintegração dos profissionais, mas a ação do sindicato não resolveu a situação. “Como a Estácio é de um conglomerado forte, conseguiu derrubar com a liminar no TST [Tribunal Superior do Trabalho]. A decisão, na época, foi enviada para mim pelo então presidente do Tribunal Ives Gandra Filho, que é um dos maiores defensores da reforma trabalhista”, comentou Vasconcelos. O presidente sindical disse que as demissões em massa que estão acontecendo, inclusive na Faculdade Estácio, são resultado da reforma trabalhista aprovada no Governo Temer. “Agora, não se precisa mais do acompanhamento do sindicato, não se precisa mais do acompanhamento do Ministério Público. Isso é um fato. Nessa demissão em massa recente, de cerca de 50 profissionais da faculdade, vi que há vários que são muito antigos na instituição”, declarou. Vasconcelos afirmou que o próximo passo do Sinpro, agora, é denunciar a situação no Ministério Público (MP). “Caso existam novas contratações, a gente vai comparar se os salários que estão sendo pagos serão iguais ou se isso é uma forma de terceirizar o trabalho docente. Foi passado para mim que existe uma crise dentro da Faculdade [Estácio], e inclusive diz respeito à concorrência e à reestruturação. Isso foi passado para mim há um bom tempo e nesta quinta-feira fomos surpreendidos com esta notícia das demissões”, disse o presidente sindical, que completou afirmando que a Faculdade Estácio ainda não implementou o reajuste salarial. Protesto Um possível protesto envolvendo professores e estudantes da Estácio está sendo organizado via redes sociais. A manifestação, contra as demissões da faculdade, está sendo cogitada para acontecer às 18h desta sexta (14) na frente da Estácio, no bairro da Jatiúca. “Não podemos continuar de braços cruzados. Vamos juntar o máximo de pessoas possível. Mostremos nossa força”, afirmava uma mensagem que circulou em grupos de aplicativos de mensagens nesta quinta-feira. Resposta da Estácio Sobre as demissões, a Estácio respondeu à imprensa que os “desligamentos fazem parte de um processo natural de uma instituição de ensino”. Confira, abaixo, a nota da Estácio na íntegra: Os desligamentos realizados fazem parte de um processo natural de uma instituição de ensino, que periodicamente precisa rever a sua base de docentes, adequando-a às necessidades do mercado, demandas de cursos e às particularidades das praças em que atua. A Estácio é um dos maiores grupos de ensino do país, que continuamente realiza ajustes na sua operação como um todo, buscando um crescimento sustentável para ofertar ensino de qualidade em larga escala. Reforçamos que nosso principal compromisso é com a qualidade acadêmica, para que possamos cumprir a nossa missão de Educar para Transformar.