Cidades

MST defende agricultura camponesa contra a devastação do meio ambiente

19ª Feira da Reforma Agrária acontece na Praça da Faculdade, em Maceió, e comercializa produtos orgânicos

Por Thayanne Magalhães 05/09/2018 12h13
MST defende agricultura camponesa contra a devastação do meio ambiente
Reprodução - Foto: Assessoria
Em um país onde boa parte do congresso é formada por ruralistas e o agronegócio avança devastando o meio ambiente e as comunidades tradicionais, investir na Reforma Agrária deveria ser prioridade. É o que defende o Movimento Sem Terra (MST) que traz para a Praça da Faculdade, no bairro do Prado, em Maceió, a 19ª Feira da Reforma Agrária. [caption id="attachment_165835" align="alignright" width="350"] Coordenador do MST estatual, José Roberto. Foto: Sandro Lima[/caption] “O Governo Federal praticamente zerou o investimento na Reforma Agrária nos últimos dois anos, quando deveria incentivar a agricultura camponesa, familiar, livre de agrotóxicos. Nós do MST temos um projeto de agroecologia, onde o homem respeita a natureza. A sociedade precisa começar a pensar nisso com mais seriedade, pois é a própria existência do ser humano que está em risco se o modelo de agronegócio continuar avançando, destruindo nosso ecossistema, assassinando os índios e adoecendo a população com alimentos cheios de veneno”, defendeu o coordenador do MST estatual, José Roberto. A feira, segundo José Roberto, atrai em média 5 mil pessoas, mas não tem incentivo do Município de Maceió. “A Prefeitura nos cobrou inclusive uma taxa para montarmos a feira e nós pagamos para não ter problema. Os moradores do bairro gostam da nossa presença e temos alimentos orgânicos e saudáveis vindos de 38 assentamentos de toda Alagoas. Lá do Sertão temos galinhas, ovos, bodes e farinha de primeira qualidade”. O Movimento também defende a inclusão social dos trabalhadores do campo. Acreditam que além da distribuição de terras para as famílias de camponeses, os governos também devem garantir acesso a boa educação e cultura. Durante a Feira da Reforma Agrária irão acontecer apresentações artísticas enaltecendo a cultura de Alagoas. “Não faz sentido uma Reforma Agrária sem educação, sem saúde e sem cultura. O Estado deveria liberar as terras improdutivas e falidas para diminuir a tensão no campo. Deveria também incentivar os agricultores a voltarem para suas terras, criar programas que tirem as pessoas das ruas das grandes cidades e as levem para o campo, para produzir alimento e ter uma vida digna. Nos últimos dois anos o que nós vemos é o número de miseráveis aumentar. A população e rua cresceu. Existe saída, mas o Governo não prioriza o homem do campo, que é quem produz o melhor alimento”, opinou o coordenador. Moradora do bairro da Ponta Verde, Maria Verônica disse que sempre que sabe da Feira da Reforma Agrária, vai até a Praça da Faculdade aproveitar para comprar alimentos orgânicos. “Você percebe que as frutas desses agricultores são mais saborosas. Eu espero o ano inteiro pela safra de graviola e de abacaxi”, contou. O agricultor Isaac de Araújo veio do Assentamento Javari, em Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, e trouxe macaxeira, graviola e banana comprida. “Nossos alimentos são todos frescos e o pessoal aqui da cidade gosta dos nossos produtos, que são livres de agrotóxicos. Toda vez que tem feira, eu venho e trago meus produtos”, concluiu. A 19ª Feira da Reforma Agrária segue até o próximo sábado (8). [caption id="attachment_165829" align="aligncenter" width="600"] 19ª Feira da Reforma Agrária Movimenta a Praça da Faculdade. Foto: Sandro Lima[/caption] [caption id="attachment_165824" align="aligncenter" width="600"] 19ª Feira da Reforma Agrária Movimenta a Praça da Faculdade. Foto: Sandro Lima[/caption] [caption id="attachment_165831" align="aligncenter" width="600"] 19ª Feira da Reforma Agrária Movimenta a Praça da Faculdade. Foto: Sandro Lima[/caption]