Cidades

Chuvas trazem melhoria no abastecimento de água

De acordo com Casal, mananciais que estavam com níveis baixos passaram a transbordar com as precipitações constantes

Por Tribuna Independente 15/09/2017 08h08
Chuvas trazem melhoria no abastecimento de água
Reprodução - Foto: Assessoria

As chuvas constantes que caíram em Alagoas estão sendo responsáveis por proporcionar melhorias no abastecimento de água em cidades do Agreste e Zona da Mata, regiões bastante sacrificadas pela estiagem prolongada.

A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) conseguiu reduzir o rodízio em virtude da recuperação dos níveis de alguns mananciais que atendem o sistema de várias cidades.

De acordo com a Casal, com o retorno das chuvas muitos mananciais que estavam secos passaram a verter (transbordar), como as barragens Carangueja e Caranguejinha, em Quebrangulo, que abastecem aquele município, Palmeira dos Índios e povoados da região, e a barragem do rio Paraibinha, que abastece Capela.

A Companhia disse que em Maceió, o nível da barragem Catolé se elevou, proporcionando mais tranquilidade ao abastecimento. O riacho Aviação também recuperou a vazão. Em síntese, não há risco de racionamento na Capital.

No entanto, o órgão ressalta que municípios abastecidos por sistemas coletivos, como os do Agreste e da Bacia Leiteira, continuam enfrentando dificuldade no abastecimento devido à baixa vazão do rio São Francisco. “As chuvas que têm caído em Alagoas não caíram, por exemplo, em Minas Gerais, onde nasce o São Francisco. Por isso, o nível continua baixo”, salienta a companhia.

MELHORIAS

A Casal informou que, para garantir segurança ao abastecimento, vários sistemas de água da companhia começam a ser revitalizados, como são os casos de Murici, Palmeira dos Índios, Capela, Pilar, Messias, Piaçabuçu e Paulo Jacinto. Segundo a companhia, as obras estão adiantadas, em fase de conclusão ou concluídas.

A previsão da Casal é que, até o final deste ano, todos os 77 municípios operados pela companhia sejam beneficiados com obras de ampliação, recuperação e modernização das estruturas operacionais. “Esses serviços e ações fazem parte do Plano de Investimentos da Casal para 2017, que conta com recursos do Governo Estadual e da própria companhia, no montante de R$ 100 milhões (R$ 50 milhões para cada parte). Há outras obras em execução relacionadas ao abastecimento de água que são de responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra)”, explica.

Semarh faz balanço positivo do inverno

Conhecida como quadra chuvosa (maio, junho, julho e agosto), o período das chuvas em Alagoas acabou, deixando melhorias para o Estado. O meteorologista Antônio Henrique Mendonça da Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos avalia como positivo o balanço no que se refere à questão da estiagem.

“O balanço que fazemos é positivo, pois as chuvas, principalmente nas regiões do Sertão e Agreste, ficaram acima da média, repondo assim o déficit hídrico dos últimos anos causado pela seca”, avalia o meteorologista.                     

De acordo com Henrique, nos meses de maio, junho e julho, as chuvas nas regiões ambientais ficaram acima da média histórica de Alagoas. Porém, o meteorologista ressalta que mesmo com a reposição do déficit hídrico, a população tem que ter o uso racional da água.

O especialista ressalta que ainda estamos sob efeito de um sistema de alta pressão que vem lá do Sul do país, que ainda está trazendo chuvas para nossa região. Mais são chuvas fracas e passageiras que acontecem logo nas primeiras horas da manhã e no final da tarde e início da noite. Elas devem ocorrer  até o final do mês.

SERTÃO

De acordo com o coordenador da Defesa Civil da região do Sertão, Valter Medeiros, as chuvas que caíram foi muito boa para o gado. No entanto, para o consumo humano ainda não foi o suficiente.

“A chuva foi acima da média. Ainda está chovendo, inclusive. Isso é inédito no mês de setembro. Enquanto as barragens estão cheias. Todas sangraram. Teremos água até o próximo inverno para o gado. Enquanto para o consumo humano continua o problema porque essa água de barragem não é de qualidade. As cisternas das pessoas também ficaram cheias, mas são pequenas e não duram suficiente, apenas dois a três meses. Inclusive, o Exército já iniciou o abastecimento da Operação Carro-pipa e a Defesa Civil deve começar nos próximos meses. Mas no que se refere as barragens e açudes para o gado e agricultura, podemos dizer que o Sertão foi abençoado”, ressalta o coordenador.