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Empresários querem aumento de 19% na passagem de ônibus e valor pode ir a R$ 3,75

Conselho Municipal de Transporte discute valor de tarifa na quinta-feira (23)

Por Tribuna Independente 22/02/2017 09h55
Empresários querem aumento de 19% na passagem de ônibus e valor pode ir a R$ 3,75
Reprodução - Foto: Assessoria

O Conselho Municipal de Transporte de Maceió vai se reunir na quinta-feira (23) para discutir o reajuste no valor da tarifa do transporte público da capital. Ainda não há preço estipulado, mas os empresários pleiteiam que a passagem de ônibus passe do atual R$ 3,15 para R$ 3,75, segundo informou o Jornalista Ricardo Mota em sua coluna no portal TNH1.

A assessoria de comunicação da Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal) não confirmou o valor noticiado. “Não temos informação para dizer qualquer coisa sobre o assunto. O que podemos dizer é que terá a reunião e em pauta está o reajuste da passagem.”

A assessoria de comunicação da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informou que o novo valor deve ser revelado após a reunião do Conselho.

Os empresários vão apresentar suas necessidades durante o debate do colegiado. Os representantes da prefeitura também vão expor propostas. O Conselho é formado por 15 integrantes, incluindo representantes das empresas, da sociedade civil e do poder público.

O aumento da tarifa já é previsto no edital de licitação do Transporte Público Coletivo da Capital e deve acontecer anualmente.  A readequação da tarifa é feita com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), no cálculo da inflação dos principais insumos do serviço, como combustível, manutenção dos veículos e salários dos rodoviários, “buscando manter o equilíbrio financeiro do sistema de ônibus urbano da capital”, segundo o edital.

Após a analisar esses dados, a SMTT vai encaminhar a proposta fixada na reunião para o prefeito Rui Palmeira (PSDB), que como chefe do Poder Executivo poderá vetar ou sancionar o reajuste.

No ano passado, os empresários queriam que a tarifa de R$ 3,35, enquanto o colegiado apresentou o valor de R$ 3,20, e a passagem acabou sendo fixada em R$ 3,15. O reajuste foi de 14,5% e tornou a passagem de ônibus de Maceió a terceira mais cara do Nordeste, perdendo apenas para Recife, com R$ 3,35, e Salvador, com R$ 3,30.

Este ano, as empresas que detêm a concessão para explorar o transporte público querem um reajuste de quase 19%. No entanto, a SMTT disse que vai trabalhar para garantir um valor “justo e de acordo com os principais insumos”.

“As empresas desejam esse aumento, mas isso não significa necessariamente que será este o valor para os próximos meses. O reajuste precisa cobrir as despesas que o empresariado tem. No entanto, a superintendência trabalha para garantir um valor menor do que o solicitado por eles”, expôs a assessoria da SMTT.

De acordo com a SMTT, ainda não existe uma data para que o valor fixado na próxima quinta-feira comece a vigorar. Após sansão do prefeito, ainda será fixada uma data que deve ser publicada no Diário Oficial do Munícipio.

Para usuários de coletivos da capital, preço atual já é muito alto

Os usuários não concordam com o suposto valor pleiteado pelos empresários e dizem que é um reajuste muito alto.

“Para quem trabalha e recebe apenas um salário o valor atual já é muito alto. Imagina se for subir para R$ 3,75. Aí, a gente só vai trabalhar para pagar passagem. É um verdadeiro absurdo,“ reclamou o pedreiro Edvaldo Miguel.

(Foto: Adailson Calheiros)

Pedreiro Edvaldo Miguel: “A gente vai trabalhar só para pagar passagem”

“Eles acham que o valor é justo e barato, mas não é. Eu pego dois ônibus por dia, um para ir trabalhar e outro para voltar para casa. Gasto em média R$ 120, R$ 130 por mês. E às vezes mais, quando preciso pegar mais ônibus. Ou seja, já fica uma boa parte do salário só em passagem”, disse a doméstica Maria José da Conceição.

Já a usuária Eliziaria disse que não opta mais sobre o assunto porque não adianta. “Temos que aceitar nada que dissermos ou fazermos vai adiantar. Precisamos sair de casa para trabalhar e quem precisar do transporte público vai ter que pagar o valor que eles quiserem. Infelizmente essa é a realidade”, expôs.

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Segundo a representante do Movimento Correnteza (DCE/Ufal) e discente do Conselho Universitário (Consuni), Amanda Balbino, os estudantes irão participar da reunião e também pretendem expor suas opiniões.

“Até o exato momento, as forças do movimento estudantil ainda não sentaram para discutir sobre a organização de atividades que possam nos fortalecer e mostrar que o aumento da passagem não atende as necessidades dos estudantes e nem da população. Mas acredito que  vamos ter uma reunião ainda esta semana para debater o assunto”, disse Amanda Balbino.