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Colaborador de vereador ouvido no caso Marielle é assassinado

Crime foi na Taquara. Reduto eleitoral de Marcello Siciliano (PHS) é área disputada por milícias.

Por G1 09/04/2018 18h18
Colaborador de vereador ouvido no caso Marielle é assassinado
Reprodução - Foto: Assessoria

O colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), Carlos Alexandre Pereira foi executado na noite deste domingo (8), na Taquara, Zona Oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital está investigando o caso.

Na sexta-feira anterior, Siciliano tinha sido intimado a depor como testemunha nas investigações da morte de sua colega na Câmara, Marielle Franco, e do motorista dela, Anderson Gomes. Segundo informações do 18º BPM (Jacarepaguá), uma equipe encontrou Carlos Alexandre morto a tiros. Segundo o gabinete de Siciliano, ele era um colaborador voluntário.

Carlos Alexandre com uniforme da equipe de Siciliano (E) e em foto de fevereiro de 2017 (Foto: Reproduções/Facebook)

No domingo (8), o coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste, afirmou em entrevista não descartar o envolvimento de milicianos no assassinato de Marielle e Anderson.

"Os dados da investigação ainda são tratados no nível da Secretaria de Segurança, o secretário tem acompanhado pessoalmente. O general Braga Netto comentou ontem (sábado) que houve avanços nesta última semana e, é possível, é possível que haja alguma correlação. Mas isso só o curso das investigações é que vai dizer", disse Cinelli.

Em nota, o vereador Marcello Siciliano lamentou a morte de Carlos Alexandre.

"Foi com grande pesar que recebi a notícia de falecimento do nosso colaborador Carlos Alexandre Pereira. Durante o tempo em que esteve conosco, fez tudo pela sua localidade e estava sempre disponível para ajudar no que fosse necessário. Me solidarizo com a dor dos familiares e amigos", disse.

Caso Marielle [caption id="" align="alignnone" width="1000"] Vereador Marcello Siciliano (PHS) chega para depor na Delegacia de Homicídios (Foto: Henrique Almeida/G1) [/caption]

Os vereador Marcello Siciliano prestou depoimento na Delegacia de Homicídios na semana passada sobre o caso da morte de Marielle e Anderson. Intimado, ele disse ter decidido ir à delegacia voluntariamente falar, também como testemunha.

O reduto eleitoral do vereador é na área da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste, uma região que é dominada por milícias.

Segundo pessoas ligadas à investigação, estão sendo chamados vários para prestar depoimento vereadores de bancadas opostas à do PSOL, que teriam divergências ideológicas com Marielle e o partido dela.

Ao sair da delegacia, por volta das 19h de sexta-feira, Siciliano disse que Marielle era "uma amiga, muito querida" e que estava ali para auxiliar as investigações.

Ao ser questionado sobre escolha de depoimentos de vereadores que pudessem ter discordâncias ideológicas com Marielle, Siciliano disse que era um fato novo. "Estou sabendo disso agora", limitou-se a dizer.