Brasil
"Ele está vendo a realidade da vida", diz mãe de adolescente tatuado na testa
Jovem passou pela segunda sessão para remoção da frase "eu sou ladrão e vacilão". Internado em clínica de reabilitação, ele recebeu visita da mãe
O adolescente de 17 anos que teve a testa tatuada à força no começo de junho deste ano, como punição porque teria tentado furtar uma bicicleta no ABC, passou pela segunda sessão para remoção da frase "eu sou ladrão e vacilão" da testa. O tratamento foi feito na sexta-feira (21) na clínica de reabilitação onde o jovem faz tratamento contra o vício do crack e do álcool, na Grande São Paulo.
A mãe do rapaz, Vânia Rocha, disse que o filho está respondendo bem ao tratamento e que está com a fisionomia bem melhor. "Ele está vendo a realidade da vida. Ganhou bastante peso, engordou 15 quilos", disse ela ao G1. Vânia está confiante que seu filho vai terminar o tratamento sem recaídas. Ele mudou em todos os aspectos graças a Deus."
Para ela, as sessões para retirar a tatuagem da testa do filho também está tendo bom resultado. Uma clínica de estética de São Bernardo do Campo está fazendo o tratamento de graça para a família do adolescente.
Como o menino está em abstinência, por questões de segurança, a recomendação foi que ele passasse pelas sessões de laser na clínica Grand House, em Mairiporã, onde está internado. Ao todo, ele deve passar por dez sessões. "Meu filho está lindo", disse a mãe.
Para Sérgio Castillo, diretor terapêutico da clínica Grand House, em Mairiporã, responsável pelo tratamento do garoto, a evolução do adolescente é crescente. "Ele passou pela fase mais aguda da sintomatologia da abstinência, passou pelo momento mais forte desse sentimento interno."
Castilho afirmou ainda que o adolescente está com melhor aparência e perdendo os trejeitos típicos que ele ganhou no convívio com as drogas na rua. "Agora ele está mais estável, vivendo um pouco mais a sua meninice perdida, ele está recebendo muito afeto dos psicólogos. Com isso ele está com equilíbrio emocional e fluidez de pensamento maiores"
O tratamento
O adolescente foi internado no dia 13 de junho na clínica particular de Mairiporã. Ele deverá ficar até o fim deste ano para se reabilitar da dependência química. De acordo com a Grand House, a pedido da proprietária da clínica que cuida da remoção, o nome da empresa não está sendo divulgado.
O crime
Ele foi tatuado em 9 de junho em São Bernardo pelo tatuador e músico Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27 anos. O vizinho dele, o pedreiro Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos, filmou.
Com a divulgação e compartilhamento do vídeo nas redes sociais, a Polícia Civil prendeu os dois homens em flagrante. Os dois confessaram ter tatuado e filmado como forma de punir o adolescente porque ele queria furtar a bicicleta adaptada de um deficiente físico.
Maycon e Ronildo foram indiciados por tortura, mas o Ministério Público (MP) não concordou com a investigação policial e denunciou os dois à Justiça pelos crimes de constrangimento ilegal, lesão corporal e ameaça. As defesas dos dois acusados deverá pedir a liberdade para que respondam soltos pelo que fizeram.Na Justiça
A promotora de Justiça Giovana Ortolano Guerreiro Garcia ofereceu a denúncia e não considerou o crime de tortura. Para o crime de lesão corporal, a pena prevista básica é de detenção de 3 meses a 1 ano, mas, com agravante da deformidade permanente, passa de 2 a 8 anos. Para o crime de constrangimento ilegal a pena prevista é de detenção de 3 meses a 1 ano, e para o crime de ameaça, de 1 a 6 meses.
Mas o MP pede a somatória das penas. Se a Justiça aceitar a denúncia, os dois se tornam réus. Os agressores e o dono da bike moram em uma pensão no centro de São Bernardo, onde o menor foi levado após desaparecer no dia 31 de maio. Ele só foi encontrado no dia 10 de junho, um dia após ter a testa tatuada.
Segundo o 3º Distrito Policial (DP) de São Bernardo, Maycon e Ronildo pegaram o adolescente na pensão da Rua Jurubatuba. Lá, prenderam o garoto numa cadeira. Rindo, Maycon tatuou a testa da vítima. Ronildo, que parecia se divertir com a situação, filmou.
Em seguida, o tatuador e o pedreiro soltaram o adolescente e passaram a divulgar o vídeo pelo WhatsApp. A imagem acabou sendo compartilhada diversas vezes pelo celular, chegando a viralizar no aplicativo.Mais lidas
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