Brasil
Joesley Batista diz que foi alertado por Geddel sobre sala "antigrampo"
Empresário afirmou à PF que, diante da "dica", optou por gravar conversa com presidente com gravador "emborrachado" para evitar interferência de sinais eletromagnéticos e detector de metal
Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência informou que não irá se manifestar sobre o assunto. O G1 procurou a defesa de Geddel Vieira Lima e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
No depoimento, de 16 de junho deste ano, Joesley detalhou aos policiais a escolha do aparelho utilizado para gravar o encontro com Temer, que ocorreu em 7 de março.
No diálogo, ele diz que "zerou pendências" com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que está "de bem" com o peemedebista, que está preso em Curitiba. Neste momento, Temer diz ao empresário: "tem que manter isso". Joesley disse ao Ministério Público que Temer deu aval para que ele comprasse o silêncio de Cunha, para que o ex-deputado não fizesse delação premiada.
O empresário também narrou, além da obstrução de justiça, uma sequência de crimes como suborno de procuradores e compra de informações privilegiadas.
Segundo a Procuradoria Geral da República, a conversa mostra que Temer deu "anuência" para que o empresário pagasse propina ao peemedebista para mantê-lo em silêncio e não o delatasse.
À Polícia Federal, o empresário disse que optou por usar um gravador "emborrachado" por acreditar que o aparelho funcionaria em um ambiente com bloqueador de sinal eletromagnético e que "passaria desapercebido" por detectores de metal.
No depoimento, Joesley afirmou que o encontro de 7 de março ocorreu em uma sala no subsolo do Palácio do Jaburu "situada depois da área de serviço e ao lado da garagem".
Segundo o empresário, que relatou ter tido pelos menos outros cinco encontros com o presidente, foi a primeira vez que os dois conversaram nesta sala. Nas outras ocasiões, disse, as conversas que tiveram foram na sala de estar do Jaburu.
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