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"Pedaço da perna ficou na boca do cachorro", diz mãe de garoto atacado por pit bull

Criança de 11 anos segue internada no Hospital das Clínicas. Paciente passará por segunda cirurgia na perna na manhã desta quarta-feira (12).

Por G1 12/04/2017 07h56
'Pedaço da perna ficou na boca do cachorro', diz mãe de garoto atacado por pit bull
Reprodução - Foto: Assessoria

A mãe do menino Gabriel Schimidt, de 11 anos, que foi atacado por um pit bull neste sábado (8) em Ribeirão Preto (SP) diz que o cão mordeu seu filho várias vezes e afirma que não sabe o que poderia ter ocorrido se um empresário que presenciou o ocorrido não tivesse ajudado a vítima. Ainda de acordo com ela, o animal dilacerou a panturrilha de seu filho e afirma que "um pedaço da perna dele ficou na boca do cachorro".

Patrícia Schimidt afirma que o filho fez a primeira cirurgia curativa no domingo (9), e vai enfrentar a segunda cirurgia para enxerto de pele na manhã desta terça-feira (12). "Quando eu vi os ferimentos eu quase desmaiei, ele estava com dois pedaços da perna dilacerados. A lesão foi muito feia", conta.

A mãe ficou sabendo do ataque pela esposa do empresário Pérsio Dizerto Lelis, que socorreu o garoto. "Eu estava em casa, tocou a campainha, e eu até achei que fosse a mãe de algum amiguinho dele. Quando ela falou 'seu filho foi atacado por um pit bull' eu quase desmaiei. Meu filho está sempre aqui brincando com os amigos, é um lugar que eu moro há 15 anos e é uma coisa que a gente nunca espera que vai acontecer. Eu cheguei na UPA em prantos".

Gabriel foi levado para a UPA da Avenida 13 de Maio e logo depois encaminhado para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. "O médico que o atendeu foi muito rápido. Ele percebeu que era um caso cirúrgico, só tampou o ferimento e já solicitou a vaga para ele, que saiu em 15 minutos", conta.

A primeira cirurgia, que ocorreu no domingo, foi concluída sem complicações e uma nova cirurgia deverá ser feita na manhã dessa terça-feira (12). O garoto receberá um enxerto de pele no local que foi dilacerado pelo pit bull. "O médico falou que foi mais grave do que eles imaginavam porque pegou músculo, tendão, ligamentos e chegou a riscar o osso. Agora ele vai fazer um enxerto. Quando eles abrirem é que vão saber se o ferimento está melhorando, é uma espécia de cirurgia curativa que vai detectar se vai ser necessário fazer outras".

Patrícia conta que o dono do animal, o adestrador e empresário Sérgio Catandeiro, prestou todo suporte para a família e foi até o hospital pessoalmente acompanhado de seus familiares. "Eles foram até o hospital e se propuseram a pagar o que precisasse, mas eu falei 'eu sei que é o seu ganha pão, mas como pode isso?' Ele disse 'eu sustento os meus filhos com isso'. E eu respondi, 'mas você não pode sustentar os seus e deixar matar o meu'", conta.

Ainda segundo a mãe, Gabriel está traumatizado. O menino está tomando medicamentos para poder dormir e também para suportar a dor. "Ele está acordado, conversando e está traumatizado. Hoje ele chorou muito, ele dorme, mas tem como se fosse espasmos por conta de medo, tensão, pavor e a gente tenta amenizar isso não saindo de perto dele", conclui.

Ataque

Segundo informações registradas no boletim de ocorrência, a cadela teria escapado da área de uma obra por um vão. Um empresário que passava perto do local de carro afirma que viu o momento em que o pit bull deixou a área cercada e perseguiu a vítima, que segundo ele, estava passeando de bicicleta.

Sem saber o que fazer, o empresário afirma que acelerou o carro e abriu a janela do seu lado. Em seguida, ele chegou perto de onde o menino estava sendo atacado e puxou o garoto pela roupa para dentro do automóvel. Mesmo assim, a cadela não largou da perna do jovem e o empresário disse que teve que golpear o pit bull para poder colocar o garoto em seu carro.

O homem levou o menino até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o paciente foi encaminhado para o Hospital das Clínicas horas depois disso. O dono do animal explica que acredita que alguém tenha danificado o portão pelo qual seu pit bull escapou. O caso foi registrado na Central da Polícia Judiciária (CPJ) de Ribeirão Preto como omissão de cautela na guarda e condução de animais.