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Alckmin usou cunhado para receber mais de R$ 10 milhões de empreiteira

Governador de São Paulo recebeu quantias não declaradas para as campanhas de 2010 e 2014, segundo executivos da Odebrecht

Por G1 12/04/2017 13h28
Alckmin usou cunhado para receber mais de R$ 10 milhões de empreiteira
Reprodução - Foto: Assessoria

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), recebeu mais de R$ 10 milhões da empreiteira Odebrecht em caixa dois para as suas campanhas ao Governo do Estado de 2010 e 2014, segundo a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com os delatores, o tucano recebeu R$ 2 milhões na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2010 e outros R$ 8,3 milhões quando se reelegeu, em 2014. Os valores não foram declarados na prestação de contas oficial, enviada à Justiça Eleitoral.

Ainda conforme relatado no acordo de delação premiada, parte dos repasses teria sido feito diretamente ao cunhado de Alckmin, o empresário Adhemar Cesar Ribeiro, que é irmão da primeira-dama Lu Alckmin.

Alckmin negou as acusações em nota enviada ao Jornal Nacional. “Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei”, garantiu.

Em entrevista concedida durante entrega de obras na rodovia Raposo Tavares, nesta quarta, Alckmin disse que prestará todos os esclarecimentos à Justiça. “Houve uma menção e nós vamos prestar todos os esclarecimentos. Todas as nossas campanhas eleitorais foram modestas e rigorosamente dentro da lei", afirmou, segundo a sua assessoria de imprensa.

Segundo delatores, o deputado federal licenciado Rodrigo Garcia (DEM), secretário de Habitação do estado de São Paulo, também é suspeito de usar dinheiro de caixa dois para financiamento de campanha. Garcia disse que jamais recebeu dinheiro não contabilizado.

Além de Alckmin, outros 12 governadores, 24 senadores, 37 deputados, oito ministros e cinco ex-presidentes aparecem entrem os citados pelos executivos da Odebrecht na maior delação da história do pais.