Brasil

Acusado de matar jovem em boate é condenado a 16 anos de prisão

Universitário foi morto em março de 2015 com copo de vidro quebrado

Por G1 03/11/2016 20h49
Acusado de matar jovem em boate é condenado a 16 anos de prisão
Reprodução - Foto: Assessoria

Leonardo dos Passos Pereira, acusado de matar o estudante Diogo Cuiabano de Medeiros  na casa noturna Fields, em Florianópolis, foi condenado nesta quinta-feira (3), em júri popular, a 16 anos de prisão, informou o Tribunal de Justiça. Ele vai cumprir a pena em regime inicialmente fechado.

Ele foi condenado por homicídio com motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima, conforme a sentença. O juiz de Direito Marcelo Volpato de Souza também negou ao acusado a possibilidade de recorrer em liberdade.

Segundo a RBS TV, a família de Diogo deixou o Tribunal do Júri após a leitura da sentença e afirmou que não houve vitória e que a "derrota" ocorreu no ano passado. O homicídio ocorreu no dia 28 de março de 2015. O estudante foi atingido no pescoço por um copo de vidro quebrado.

Crime

 O advogado da Fields, Cláudio Gastão da Rosa Filho, contou na época que um faxineiro que estava no local testemunhou o crime. Ele falou que Diogo esbarrou em Leonardo na saída do banheiro.

  Diogo Cuiabano, morto na Fields em 2015 (Foto: Reprodução/RBSTV)

Segundo o relato, Diogo teria pedido desculpa, mas o rapaz quebrou um copo de vidro na parede e atingiu o pescoço do estudante. Ele foi atendido por um socorrista da casa noturna, mas morreu antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A defesa de Pereira havia entrado com recurso, pedindo que o rapaz não fosse a júri popular. O acusado tem outras passagens pela polícia. Os registros são de lesão corporal e ameaça contra mulher e menor, além de posse de drogas.

Reconstituição ocorreu no banheiro de casa noturna em Florianópolis (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Reconstituição

No dia 7 de abril foi feita a reconstituição do crime. Durante cerca de uma hora, uma testemunha e Leonardo contaram suas versões sobre o que aconteceu. Na ocasião, a Polícia Civil e o promotor de Justiça constataram que a vítima não teve possibilidade de defesa.

Segundo o promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, que fez a denúncia, mesmo alegando que não "lembrava bem" do que havia ocorrido, Leonardo manteve a versão de legítima defesa.

"A denúncia é por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil - um esbarrão na saída do banheiro - e pela impossibilidade de defesa da vítima, atingida em uma região vital", afirmou o promotor.

Inicialmente, o julgamento seria no dia 20 de setembro, mas a Justiça adiou o júri por entender que a demora da apresentação, por parte do Ministério Público, do laudo pericial aos autos impossibilitou o acesso da defesa ao conteúdo.

Posição da casa noturna

Aquela era a primeira vez de Leonardo, que morava em São José, cidade vizinha à capital, na casa noturna. Já Diogo era frequentador assíduo da Fields, conforme a assessoria da casa. Após o crime, a casa afirmou que substituiu os copos de vidro por copos plásticos.