Política
MAM cobra punição para crimes da Braskem à PF
Movimento realiza 'Roda de Conversa' amanhã e entre assuntos em pauta estão operações da Polícia Federal contra “Máfia da Mineração” em Minas Gerais e Alagoas

O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) realiza amanhã uma Roda de Conversa no Instituto do Bom Parto, localizado na Avenida Francisco de Menezes, no bairro da Levada, em frente à entrada da estação de trem da CBTU.
Segundo a bióloga Neirevane Numes, coordenadora do MAM em Alagoas, entre os assuntos em debate estão mineração, poder popular e organização coletiva, além das últimas operações da Polícia Federal, de combate aos crimes ambientais envolvendo a mineradora Braskem.
“O MAM convida você para esse momento de diálogo e luta popular em defesa do nosso território e da vida”, diz a mensagem do MAM, nas mídias sociais. “Por um país soberano e sério, contra o saque dos nossos minérios”, acrescenta a postagem do Movimento.
Ouvida pela reportagem da Tribuna Independente, Neirevane disse ontem que as vítimas da Braskem aguardam uma resposta da Polícia Federal sobre a Operação ‘Lágrimas de Sal’, deflagrada em dezembro do ano passado, para abastecer o inquérito sobre os crimes da Braskem, com relação à exploração predatória de sal-gema em Maceió.
A mineração da Braskem causou o afundamento do solo de pelos menos cinco bairros da capital alagoana, resultando no fechamento de cerca de 15 mil imóveis e na expulsão de mais de 60 mil pessoas de suas casas. Apesar da CPI da Braskem ter indiciado vários diretores e colaboradores da mineradora, além de funcionários de órgãos púbicos acusados de envolvimento no esquema, até o momento ninguém se encontra preso ou pagando pelos crimes que cometeram.
MÁFIA DE MINAS
“O MAM acompanha com atenção a operação da Polícia Federal contra a máfia da mineração e espera que as investigações avancem com profundidade e independência, expondo todos os responsáveis por esse esquema criminoso que saqueia os bens minerais do povo brasileiro”, afirmou Neirevane Nunes.
“Inclusive precisamos cobrar da Polícia Federal uma ação mais efetiva em Alagoas, porque a chamada Operação Lágrimas de Sal não tem tido os desdobramentos esperados pelos atingidos, pela sua extrema morosidade e falta de ações sobre o crime da Braskem, quais foram os envolvidos com o crime da Braskem que foram presos até o momento? São 7 anos de impunidade”, acrescentou a coordenadora do MAM em Alagoas.
“Além disso o Movimento denuncia há anos a existência de um modelo mineral sustentado por redes de corrupção que envolvem empresas, políticos e agentes públicos. É esse modelo que gera violência nos territórios, viola direitos das comunidades e destrói o meio ambiente em nome do lucro”, completou.
Sobre as informações do esquema que seria liderado pelo empresário alagoano Alan Cavalcante do Nascimento, preso recentemente na ‘Operação Rejeito’ da PF, Neirevane disse que o Movimento não tinha conhecimento prévio dessas ligações. No entanto, reforça que a participação de agentes do Estado em esquemas como esse comprova a gravidade da situação e a necessidade urgente de mudança estrutural.
Durante a ‘Operação Rejeito’, entre os presos estavam também o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Seabra, e o ex-chefe da Polícia Administrativa da Polícia Federal, Rodrigo de Melo Teixeira, que deixou o cargo no fim de 2024 e, atualmente, ocupava a diretoria de Administração de Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia.
“Não se trata de casos isolados. Trata-se de um sistema. Por isso, exigimos que os crimes sejam apurados com rigor, que os responsáveis sejam punidos, e que se abra caminho para uma nova política mineral no Brasil, baseada na soberania popular, na justiça social e na proteção dos territórios”, concluiu Neirevane.
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