O artista popular Célio Herculano da Silva, de 54 anos, conhecido como “Mamulengo das Alagoas”, é um nome marcante da cultura nordestina. Nascido em Maceió, cresceu cercado por manifestações tradicionais como o coco de roda, o pastoril e o forró. Desde jovem, envolveu-se com o universo artístico, primeiro como espectador e, ainda nos anos 1980, como protagonista de apresentações de dança e teatro popular.

O apelido “Mamulengo” surgiu de uma brincadeira do zabumbeiro Edinho, que o chamou assim pelo seu jeito solto de dançar, lembrando os tradicionais bonecos do teatro popular nordestino. A alcunha se tornou nome artístico e acompanhou Célio ao longo da carreira.

Ele se notabilizou como criador da “Dança da Boneca”, uma coreografia que une elementos cênicos e musicais, registrada na Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT). A performance envolve o personagem Mamulengo, acompanhado de uma boneca de pano confeccionada por sua mãe — inspirada em um boneco criado por seu pai, artista plástico.

Célio também fundou o grupo Os Mamulengos do Forró, que realizou apresentações em festas populares, hotéis da capital e até em programas de TV em rede nacional, ajudando a levar a cultura popular alagoana a públicos diversos, incluindo turistas.

Apesar da carreira artística consolidada, o nome do artista voltou aos holofotes nesta semana por um motivo grave: Célio Herculano foi preso na noite dessa segunda-feira (29), em Maceió, suspeito de envolvimento em um estupro seguido de roubo cometido contra uma turista em 2009, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro.

Segundo a investigação, o crime ocorreu em uma área isolada durante uma caminhada matinal da vítima. O agressor a violentou e levou seus pertences. Na época, um retrato falado foi produzido, mas a vítima só reconheceu o suspeito anos depois, após vê-lo em uma reportagem de TV.

Com base nesse reconhecimento e em novas evidências colhidas ao longo do inquérito, a Justiça decretou a prisão preventiva, que foi cumprida por equipes do Comando de Missões Especiais (CME). O caso tramita sob segredo de Justiça, por envolver crime de violência sexual.

Célio foi levado à Central de Flagrantes e deve passar por audiência de custódia.