Cidades
Casos de suicídios devido ao caso Braskem chegam a 20
Mineradora é culpabilizada pelas vítimas do afundamento do solo em Maceió

A morte da dona Pureza - como era conhecida a dona de casa Maria Tereza da Paz, 63 anos, que tomou veneno e se matou, na última quinta-feira - repercutiu nas mídias sociais como “mais um crime de Braskem”. Com morte dela, de acordo com o Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), aumentou para 20 o número de afetados pela mineração que cometeram suicídio, de 2018 para cá.
Em postagem nas mídias sociais, a bióloga Neirevane Nunes, integrante do Movimento Nacional de Combate à Mineração Predatória, responsabilizou a Braskem pela morte da idosa. “O bilhete deixado por dona Pureza é a prova que ela não queria deixar dúvidas sobre a motivação da sua morte, que era uma forma de protesto, já que ela não suportava mais tanto sofrimento para ela e para a filha”, disse.
Segundo os vizinhos, depois de dar veneno ao gato e à filha especial, dona Pureza tirou a própria vida, ingerindo “chumbinho”, como é chamado o veneno para matar rato. A filha foi encaminhada ao Hospital Geraldo do Estado, onde permanecia em observação, até o final da tarde de sexta-feira.
A Polícia Científica e o Instituto Médico Legal (IML) estiveram na casa da idosa, no Flexal de Cima, onde fizeram os primeiros levantamentos do caso e recolheram o corpo dela. O corpo dela foi velado nos Flexais e depois levado para o sepultamento no Cemitério São Luiz, na Santa Amélia. Questionada sobre a morte de dona Pureza, que estaria sendo atribuída à tragédia da mineração, a assessoria da mineradora em Maceió respondeu com a seguinte nota: “A Braskem tomou conhecimento dos fatos noticiados e se solidariza com a família, amigos e a comunidade”.
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