Cidades
Igreja dos Martírios reabre após restauro, no Centro de Maceió
Templo é único do Nordeste com azulejaria de inspiração mourisca que alia elementos do neoclássico com arcos de influência gótica

A Igreja Bom Jesus dos Martírios foi reaberta nesta segunda-feira (5), após mais de dois anos em reforma. A igreja, que foi tombada por sua importância cultural, estava fechada desde o dia 20 de janeiro de 2020 e contou com a destinação de R$ 4,9 milhões para a restauração. As obras foram executadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Segundo o Iphan, azulejo é o revestimento principal da fachada e torres da igreja, contendo cerca de 42 mil peças distribuídas pela fachada do templo cristão. Diante da abundância do uso do material, acredita-se que seja a igreja com mais azulejos aplicados no Brasil do século XIX.
É o único templo do Nordeste com fachada trabalhada em azulejaria de inspiração mourisca que alia elementos do neoclássico com arcos de influência gótica. Na cúpula, chama atenção o embrechamento, que é o revestimento com cacos de porcelana. O Centro de Maceió apresenta quatro igrejas do século XIX com embrechamento em cúpulas de torres, mas a dos Martírios se destaca por ter o trabalho mais rebuscado do conjunto.
De acordo com o órgão, a igreja passou por um grande processo de restauração que abrangeu recomposição de toda a azulejaria portuguesa do século XIX; restauro das esquadrias e do forro; modernização das instalações elétricas e luminotécnicas; reestruturação da cobertura com a substituição de todo o madeiramento do telhado e telhas; construção de um anexo que servirá como salão de festas, dentre outras. Todas as imagens também foram restauradas durante os trabalhos.
Segundo a superintendente do Iphan em Alagoas, Melissa Mota, a Igreja dos Martírios tem grande importância do ponto de vista artístico e religioso. “Essa igreja é a que possui mais azulejos, em todo o Brasil, aplicados em sua fachada. Então, ela tem uma importância muito grande do ponto de vista da arte, lógico, e do ponto de vista, principalmente, do uso religioso que se dá nela”, disse.
Ainda de acordo com o Iphan, a utilização das placas cerâmicas na arquitetura foi trazida ao Brasil pelos portugueses. Mas cabe ressaltar que a igreja data de 1881, portanto, não foi construída pelos colonizadores.
Templo religioso está aberto ao público
O padre da igreja, Francisco Teixeira, disse sentir muita alegria com a reabertura do templo para os fiéis e celebrações. “A igreja foi reformada e tem partes lindas, belas de se ver, contemplar, agradecer ao Nosso Senhor pela grandeza dos antepassados que fizeram tudo isso, pela fé grandiosa do povo de Deus e também agradecer a todos que se empenharam nesse restauro. Agora, temos a chance de vê-la mais próxima da beleza original, uma beleza que impressiona e enche os olhos, tanto por fora quanto por dentro”, afirmou.
O templo está aberto para a comunidade geral e turistas, com atendimento de 8h às 14h; Santa Missa, diariamente, às 12h; e aos domingos às 7h.
ORIGEM DA IGREJA
Em 1833, foi fundada a Irmandade do Bom Jesus dos Martírios, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, quando se começou a pensar na construção de uma nova capela para ser a sede da Irmandade.
Após três anos, começou a construção de uma pequena capela, onde, hoje, é a Igreja Bom Jesus dos Martírios, na Praça dos Martírios, também conhecida como Praça Floriano Peixoto.
Em 1864, a capela ameaçava ruir e ergueram a igreja atual. Em 1869, mesmo com a obra incompleta, já realizavam cerimônias. No ano de 1880, colocaram a cumeeira e em 30 de outubro de 1881 houve a benção solene do templo.
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