Política

Setores do MDB resistem à candidatura de Temer

'Estamos discutindo nome mais viável, mais factível, que possa ganhar as eleições’, confirma Romero Jucá, presidente do partido

Por Jornal GGN 22/02/2018 11h23
Setores do MDB resistem à candidatura de Temer
Reprodução - Foto: Assessoria
No mesmo dia em que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que Michel Temer (MDB) é "elegível" e tem “todas as chances” de ganhar nesta eleição, o presidente do seu partido e líder do governo no Senado, Romero Jucá, declarou que o MDB trabalha com outros nomes, incluindo o do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Nós estamos discutindo qual é o nome mais viável, mais factível, que possa ganhar as eleições”. As informações do Estado de S.Paulo revelam que a candidatura de Temer enfrenta resistência dentro do próprio partido. Uma situação de extrema coerência, uma vez que a última pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Datafolha mostram intenções de voto para o emedebista que não passam de 2%. Nos bastidores, membros do MDB dizem que apoiarão a candidatura de Temer apenas se conseguir alcançar dois dígitos de aprovação. O decreto de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, inclusive, vem sendo observado por alguns analistas como mais uma estratégia de Temer para melhorar a imagem frente à opinião pública com vistas na eleição. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também fez essa avaliação chamando a medida de "pirotecnia" e uma forma de Temer conquistar o eleitor do deputado federal Jair Bolsonaro, que aparece nas pesquisas de intenção de voto em primeiro lugar, caso Lula seja impedido de participar das disputas, com índices entre 18% e 20% do eleitorado. "[Temer] achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante pra  pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro", ponderou o ex-presidente. Em entrevista ao jornal O Globo, o marqueteiro de Temer, Elsinho Mouco, confirmou a linha de raciocínio dizendo que o Planalto quer usar a intervenção para alavancar uma eventual candidatura do presidente. Para negar que a medida teve caráter eleitoral, o porta-voz do governo, Alexandre Parola, fez um pronunciamento nesta quarta no Palácio do Planalto para a imprensa, afirmando que a "agenda eleitoral não é, nem nunca o será, causa das ações do presidente". "[Na intervenção do Rio de Janeiro], o presidente da República não se influenciou por nenhum outro fator, a não ser atender a uma demanda da sociedade. É essa a única lógica que motivou a intervenção federal na área de segurança pública do estado do Rio de Janeiro", completou.