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Milhares de eslovacos saem às ruas para pedir eleições após morte de jornalista

Jornalista estava trabalhando em investigação sobre supostos vínculos da máfia italiana com as mais altas esferas do poder na Eslováquia

Por EFE e G1 16/03/2018 16h48
Milhares de eslovacos saem às ruas para pedir eleições após morte de jornalista
Reprodução - Foto: Assessoria
Dezenas de milhares de eslovacos saíram às ruas de Bratislava e outras cidades do país nesta sexta-feira (16) para exigir eleições antecipadas e uma investigação imparcial do duplo assassinato do jornalista Khan Kuciak e sua namorada no último dia 25 de fevereiro. Sob o lema "Por uma Eslováquia decente", cerca de 50 mil pessoas se reuniram de tarde em uma praça no central capital, segundo informou o jornal local "Pravda". Kuciak estava trabalhando em uma investigação sobre supostos vínculos da máfia italiana com as mais altas esferas do poder na Eslováquia. Segundo os analistas, a participação nos protestos foi alta, neste país de 5,4 milhões de habitantes. Alguns organizadores estimaram que na capital se reuniu tanta gente como em novembro de 1989, quando a população alçou sua voz para derrubar pacificamente o regime comunista. Outras manifestações similares aconteceram também em outras 30 cidades eslovacas, convocadas por ativistas e partidos da oposição nas redes sociais e nos meios de comunicação. Mudança no governo "Nada mudou", afirmou um dos oradores, o pedagogo Martin Mojzis, ao referir-se à mudança na cúpula do governo que aconteceu nesta semana, incluindo a renúncia do primeiro-ministro, o social-democrata Robert Fico, por conta do escândalo e da tensão social desencadeada pelo recente assassinato a tiros de Kuciak e sua namorada, Martina Kusnirova, ambos de 27 anos. O poder continuará na Eslováquia nas mãos da mesma coalizão de social-democratas, nacionalistas e do partido da minoria húngara que governava até agora, liderado agora por Peter Pellegrini, um correligionário de Fico. "Traição", clamaram outros ativistas, atores e intelectuais que subiram ao palco de oradores para denunciar como uma "farsa" a remodelação do Executivo eslovaco. "Senhor Pellegrini, você acredita que lhe queremos? Não. O senhor é uma marionete", disse Mojzis.