Economia

Alagoas é o 5º Estado em empregos formais

Dados são do mês de novembro e saldo de vagas no estado foi de 1.400

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 28/12/2017 07h57
Alagoas é o 5º Estado  em empregos formais
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas obteve o quinto melhor saldo de geração de empregos formais do país – 1.400 vagas –, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o mês de novembro, divulgados na quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Safra da cana-de-açúcar, turismo e comércio foram as áreas que garantiram esse número. Contudo, no ano de 2017 o saldo em Alagoas é negativo com 7.737 postos de trabalho fechados. Nos últimos doze meses esse número é de menos 9.846. Segundo o economista Cícero Péricles, o estado apresenta uma característica econômica “atípica” nesse período do ano. “O final de ano na economia alagoana é sempre atípico, porque coincide com a safra da cana, alta estação do turismo e as contratações da construção civil, mesmo este ano no negativo, geraram esse saldo positivo. Não fossem as obras de final de ano para serem entregues e as contratações para reformas, os dados seriam muito mais graves”, diz o economista. O fato de Alagoas ser o quinto estado com melhor saldo de geração de emprego do país com somente 1.400 vagas e resultado, de acordo com Cícero Péricles, de a economia brasileira estar estagnada. “A economia está paralisada. Até parou de cair, mas não está crescendo. E diante da expectativa do próximo ano, com incertezas políticas, o quadro permanece. Ninguém investe na incerteza”, completa. De acordo com o Caged, o estado de melhor saldo na geração de emprego formal em novembro foi o Rio Grande do Sul com 8.753 vagas. São Paulo, principal unidade federativa do Brasil em termos econômicos, obteve saldo negativo de 17.611. MUNICÍPIOS Entre as cidades alagoanas, Maceió foi a que mais gerou emprego em novembro, segundo Caged. O total de vagas na capital alagoana foi de 891 (0,45%). No ano, o saldo está negativo em 2.586 e nos últimos doze meses em 3.479 postos de trabalho fechados. Em seguida vem São Miguel dos Campos com 151 vagas criadas em novembro, quatro a mais que Arapiraca. Em 2017, foram 302 e 183 postos a menos, respectivamente. Nos últimos doze meses: saldo negativo em 385 vagas para São Miguel dos Campos e 386 para Arapiraca. Esse é o primeiro relatório do Caged após a reforma trabalhista ter entrado em vigor no país.   “Reforma ainda não está nos números”   A reforma trabalhista aprovada neste ano entrou em vigor no último dia 11 de novembro e seu teor alarga o que se considera como trabalho formal no Brasil. Contudo, ainda não é possível perceber seus impactos nos números alagoanos divulgados pelo MTE. “Seus impactos serão regionais e setoriais. Tem setores, que exigem mais qualificação ou são mais complexos, não contratarão de forma intermitente. O comércio já era temporário e, portanto, a reforma não alterou os números; e o corte da cana, cuja vigência do contrato começou em agosto e vai até agora, estão no padrão anterior”, explica Cícero Péricles. De acordo com ele, os efeitos da reforma trabalhista na geração de emprego em Alagoas devem começar a serem sentidos nos dados de dezembro, que devem ter impacto significativo. “Numa economia periférica nossa, com empresas pequenas e de baixa produtividade, esses pequenos ganhos [contratações intermitentes] influenciam no resultado final da empresa. O cara vai contratar um garçom e o custo da informalização dele influencia no custo do negócio. Isso só interessa à empresa pequena e numa sociedade pobre como a nossa. É diferente dos lugares mais ricos, onde a contratação de um temporário já não tem tanta importância porque a indústria pode pagar mais”, afirma Cícero Péricles. Não foram divulgados os números locais de contratações intermitentes, mas no Nordeste elas somaram 1.244 vagas.   Para ministro, dados do Caged não afetam retomada econômica   Para o ministro do Trabalho e Emprego Ronaldo Nogueira o saldo negativo na geração de empregos formais no país no mês de dezembro não representa paralisação de retomada econômica. Segundo ele, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados apontam perda de 12 mil postos de trabalho no Brasil. “Esse saldo negativo não significa uma interrupção do processo de retomada do crescimento econômico do país”, afirma o ministro. De janeiro a novembro foram criados 299.635 novos postos de trabalho no país, mas o saldo nos últimos doze meses é de menos 178.528 vagas. Para o Ministério do Trabalho e Emprego, 2018 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3% e devem ser criados 1.781.930 empregos formais até o fim do ano, na comparação com o mesmo período de 2017. “No comparativo com os dois anos anteriores, o saldo negativo de 12.292 postos de empregos formais em novembro é imensamente menor. Em novembro de 2015 e em novembro de 2016 foram registrados, respectivamente, saldos de -130.629 e -116.747.”, aponta o Ministério do Trabalho e Emprego em seu portal. SALÁRIOS Segundo os dados do adastro Geral de Empregados e Desempregados, no mês de novembro o salário médio de admissão no país foi de R$ 1.470,08, e o de demissão foi de R$ 1.675,58. Em relação a outubro, houve aumento de R$ 5,65 no salário de admissão e de R$ 0,31 no de demissão. No acumulado de 12 meses, os ganhos reais foram de R$ 53,91 e R$ 44,48, respectivamente. REGIÕES No recorte geográfico, as regiões Sul e Nordeste apresentaram crescimento do nível de emprego em novembro. O Sul novamente foi destaque, com 15.181 postos de trabalho. CANDIDATURA No início da noite desta quarta-feira, o ministro Ronaldo Nogueira renunciou ao cargo. Ele será candidato em 2018. “Como decidi que apresentarei meu nome à elevada apreciação do povo gaúcho nas eleições do ano que vem, e de forma coerente com aquilo que sempre preguei, venho por meio desta pedir minha exoneração do cargo de Ministro de Estado do Trabalho”, disse Ronaldo Nogueira em sua carta de demissão. (Com assessoria)