Cidades

Alfredo Gaspar de Mendonça nega ter pedido prisão de blogueira

Segundo Mendonça, processo tramita em segredo por opção dos procuradores

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 24/04/2018 19h49
Alfredo Gaspar de Mendonça nega ter pedido prisão de blogueira
Reprodução - Foto: Assessoria
Após a repercussão da prisão preventiva da blogueira Maria Aparecida de Oliveira, nesta segunda-feira (23), acusada de calúnia, difamação e injúria contra o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, o mesmo convocou entrevista coletiva em que afirma não ser o autor do pedido de prisão. O chefe do Ministério Público Estadual (MPE/AL) relata que o processo teve origem em 2015, quando ainda era secretário de Segurança Pública do Governo de Alagoas. “Naquele ano, esta senhora, que é jornalista ou pseudojornalista, publicou inverdades contra mim e minha família. Como cidadão, abri uma representação contra ela e desde então não interferi no processo. Nem mesmo após assumir a Procuradoria Geral do Estado e jamais pedi sua prisão”, garante Alfredo Gaspar. Ele também revela que após tomar conhecimento da prisão de Maria Aparecida de Oliveira, procurou os promotores do caso para que eles busquem alternativas processuais à prisão da blogueira. “Os promotores entenderam ser necessária sua prisão porque ela coagiu uma testemunha no processo e por ela responder a outras ações, inclusive perto de prescrição devido a inúmeras mudanças de endereço praticadas por ela. Pedi para os promotores buscarem alternativas porque não quero que a imagem do Ministério Público e a minha sejam vinculadas à perseguição a jornalistas. Tanto que já recebi inúmeras denúncias, com provas, de jornalistas que recebem dinheiro público para falar mal dos adversários políticos de quem os pagou. Nunca dei andamento a elas por respeito à categoria”, afirma Alfredo Gaspar. “Esta Instituição, com destaque sob meu comando, é parceira da imprensa e defensora da liberdade de seu exercício e de expressão. Porém, numa democracia, essa liberdade é contrabalanceada pela Justiça, caso alguém se sinta lesado em seu direito. E foi isso o que fiz em 2015. E como cidadão, quero reforçar”, completa o procurador-geral de Justiça. Ainda de acordo com ele, o processo contra a blogueira tramita em segredo por opção dos procuradores do caso. “Mas hoje eu até prefiro que siga assim porque não quero que minha família siga exposta por causa dela”, comenta Alfredo Gaspar. A blogueira Maria Aparecida de Oliveira teria usado no nome do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) para extorquir gestores alagoanos. Segundo Alfredo Gaspar de Mendonça, o advogado de um gestor investigado pelo MPE o procurou para lhe revelar a situação. LEIA MAIS NA EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE DESTA QUARTA-FEIRA (25)