Cidades

Tribuna vence principal categoria do prêmio Braskem de Jornalismo

Carlos Amaral e Wellington Santos foram consagrados com a reportagem “O segundo assassinato de Delmiro”

Por Lucas França com Tribuna Independente 22/11/2017 07h41
Tribuna vence principal categoria do prêmio Braskem de Jornalismo
Reprodução - Foto: Assessoria
O jornal Tribuna Independente foi o grande vencedor do Prêmio Braskem de Jornalismo anunciado na noite do último sábado (18) em solenidade realizada no Armazém Uzina, em Jaraguá. Os jornalistas Carlos Amaral e Wellington Santos conquistaram o prêmio máximo com a reportagem “O segundo assassinato de Delmiro”. A matéria traz a história do empresário que desenvolveu o Sertão alagoano ao aplicar o empreendedorismo e inovação quando montou a Fábrica de Pedras e a usina hidrelétrica de Angiquinho, hoje desativadas, no momento em que historiadores lembram o centenário de morte de Gouveia. Na noite da premiação, Carlos Amaral, ao receber o prêmio, o dedicou a todos os cooperados e cooperadas que fazem a Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf) e que “lutam todo dia para pôr nas ruas um jornal diário”. Wellington comentou como foi fazer o material e dedicou o prêmio aos personagens da matéria, amigos e familiares. A Jorgraf, detentora do portal Tribuna Hoje e do jornal Tribuna Independente, vêm se destacando nas premiações do jornalismo tanto local como nacionalmente. Além de vencer a categoria “Grande Prêmio”, a Tribuna Independente foi finalista nas categorias Diagramação, com “Faça-se a Luz” e “De grão em grão Alagoas enche a saca”, de Wilson Barros; Informação Política, com “A última entrevista do ex-prefeito Djalma Falcão”, e Fotojornalismo, com o trabalho “Angiquinho – sonho de desenvolvimento cravado na pedra”, ambos de Carlos Amaral; além da Reportagem Especial. Nesta última, com a matéria “O segundo assassinato de Delmiro Gouveia”, vencedora do grande prêmio, que é a principal categoria da premiação. O jornal Tribuna Independente vem se consolidando com matérias e reportagens exclusivas, como a cobertura inédita do Campeonato Brasileiro da série C que consagrou o CSA como campeão nacional e a do caso da briga entre os Dantas e os Boiadeiro, na cidade de Batalha. Repórteres falam da importância do material e do reconhecimento Wellington Santos contou um pouco sobre a pauta campeã. “Acredito que o grande ‘gancho’ da reportagem foi trazer o algo novo na história deste visionário do Sertão nordestino, mesmo após 100 anos de seu assassinato. E esse novo era o fechamento da Fábrica da Pedra, orgulho do povo delmirense, construída por Delmiro, e que foi oficialmente decretada falência, com cerca de 400 trabalhadores desempregados, justamente no ano do centenário de morte do criador e testemunhada in loco por nossa equipe. Isso foi emblemático”, ressalta o jornalista, que conquista seu quarto Prêmio Braskem de Jornalismo e o segundo consecutivo pela Tribuna Independente, em dois anos de cooperativa. Wellington disse que a frase que inspirou o título, foi dita por um funcionário da Fábrica, ao afirmar que ‘o fechamento era matar Delmiro pela segunda vez’. “Pronto, estava dado ali o mote para a reportagem e que gerou o título do material.” [caption id="attachment_14088" align="alignleft" width="300"] Turma da Jorgraf comemora premiação durante festa realizada no Armazém Usina, no bairro de Jaraguá (Foto: Fernanda Moura/cortesia)[/caption] Sobre o conteúdo da matéria, Wellington fez um resumo dizendo que o anúncio oficial do fechamento da ‘menina dos olhos’ de Delmiro Gouveia foi confirmado com lágrimas nos olhos também pelo prefeito Padre Eraldo à reportagem. “E como se isso não bastasse, Angiquinho – hidrelétrica e projeto-piloto da Usina de Paulo Afonso, na Bahia - sobre o que conhecemos (e não conhecemos) dos primeiros passos de geração de energia no País e que guarda também um patrimônio inestimável sobre a história do cangaço liderado por Lampião - está fechado à visitação pública  porque o famigerado Governo Temer mandou a Chesf  [Companhia Hidrelétrica do São Francisco], mantenedora do patrimônio tombado pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], fechar o lugar paradisíaco, ao cortar recursos”, afirma. “Angiquinho era visitado por milhares de turistas do Brasil e do mundo, além de estudantes. E apesar deste empecilho, nossa equipe conseguiu entrar em Angiquinho e registrar tudo. Isso foi outro ‘golpe’ mortal no legado do  visionário do Sertão, 100 anos depois de sua morte. Enfim, era muita novidade triste nos 100 anos do assassinato de Delmiro”, diz Wellington Santos, ao oferecer o prêmio a todos os gráficos e jornalistas da cooperativa. E finaliza: “Acho também que a última página ganhou um charme especial ao abrir mão de texto para ilustrar imagens e dar vida a uma música que eu ouvia na infância, de Luiz Gonzaga, sobre a Usina de Paulo Afonso, baseada no protótipo que foi Angiquinho, construído por Delmiro”, completou o jornalista, ao destacar o trabalho do diagramador José Derivaldo e revelar que a pauta foi proposta pelo editor-geral Ricardo Castro. Já Carlos Amaral fala do reconhecimento e dedica o prêmio a todos os cooperados e cooperadas da Jorgraf. “Conquistar a principal categoria na mais importante premiação de jornalismo de Alagoas é algo que marca a carreira de qualquer colega, ainda mais em início de carreira. Acredito que esse prêmio não é só importante para mim ou para o Wellington, mas para todos os que fazem a Jorgraf porque a cooperativa completou dez anos de existência em 2017 e esse é o nosso primeiro ‘Grande Prêmio’. Algo que não foi conquistado sem o esforço dos demais colegas, desde a viabilização de recursos para irmos a Delmiro Gouveia, passando pelo esforço dobrado de quem ficou na redação, e passando pela diagramação diferenciada. Foi uma combinação de esforços”, destaca Carlos Amaral que já foi vencedor no Prêmio Saúde e Segurança do Trabalho (SST) também com matéria publicada pela Tribuna Independente. “Premiação é um incentivo para seguir em frente” O diretor financeiro da Jorgraf, Flávio Peixoto, disse que o prêmio é um incentivo para continuar enfrentando a luta do dia a dia. “Para nossa cooperativa é uma conquista que marca o ano em que comemoramos dez anos de criação e nos incentiva a continuar enfrentando desafios na busca de um futuro melhor. O trabalho realizado por Wellington Santos e Carlos Amaral nos enche de orgulho com a obtenção do grande prêmio do Braskem de Jornalismo 2017”, comenta Flávio. A diretora comercial Marilene Canuto disse que o prêmio é uma vitória por todos os trabalhos feitos pela Jorgraf nesses dez anos de história. [caption id="attachment_14089" align="alignright" width="300"] Prêmio Braskem de Jornalismo consagra profissionais alagoanos autores dos melhores trabalhos (Foto: Edmilson Teixeira)[/caption] “Vejo como uma vitória sempre. Um reconhecimento do trabalho feito por nossa equipe. Uma reportagem feita com dedicação e pesquisa, pela qual disponibilizamos recursos para ir até o Sertão alagoano buscar os fatos e contar a história de Delmiro Gouveia, um ícone na história de Alagoas. A vitória foi merecida porque houve um esforço grande dos repórteres. Batemos na trave algumas vezes como finalistas e, no fim, tivemos essa surpresa de vencer na categoria mais importante da premiação. Isso é o resultado de um trabalho feito de forma independente com seriedade e verdade”, ressaltou a diretora comercial. PRÊMIO Criado em 1989 pelo Sindicato dos Jornalistas de Alagoas e a Salgema Indústrias Químicas, atual Braskem, o Prêmio Braskem de Jornalismo é a maior e mais antiga premiação destinada à imprensa alagoana.