Quem passa pela BR- 101, em direção a Arapiraca ou para Sergipe, cruzando a parte urbana e mais visível de São Miguel dos Campos, pouco menos de 60 quilômetros de Maceió, nem imagina que o município, conhecido como a antiga terra dos Índios Caetés, também tem uma lista de atrativos turísticos. Já valeria uma visita ou pelo menos conhecer mais o lugar, porque, segundo a história, quando a primeira missão exploradora colonial, tendo à frente os portugueses Gonçalves Coelho e Américo Vespúcio, chegou ao atual território de São Miguel dos Campos, através do rio São Miguel, em 1501, encontrou como habitantes os índios Sanambis, remanescentes dos Caetés.

Agora, por seus vastos campos de cana-de-açúcar e por seus arredores margeados pelo rio que leva o mesmo nome, São Miguel dos Campos faz parte, dentre as 46 cidades alagoanas, do Mapa do Turismo Brasileiro.

Guia

Então nosso quarto destino do Mapa de Turismo Brasileiro, São Miguel dos Campos, já tem até o seu Guia Oficial de Turismo. É que após ser eleito um dos municípios alagoanos que compõe o MTB, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedecti), junto ao Conselho Municipal do Turismo (Comtur), lançou o Guia do Turismo durante a Feira da Ponte, que aconteceu no mês de abril.

A Feira da Ponte, que completou 190 anos, atrai milhares de pessoas de vários municípios e Estados e é uma das maiores da região, gerando renda, desenvolvimento e entretenimento.

No quesito atrativos naturais, o passeio pelo rio São Miguel, ocupa lugar destaque, ao lado da Cachoeira do Góes e do Lago Azul. Rememorando a história do primeiro rio a ser descoberto no Brasil pelos portugueses, em 1501, o passeio de barco tem o objetivo de resgatar a identidade miguelense e apresentar as belezas naturais da Mata Atlântica. A Cachoeira do Góes é uma obra prima da natureza, que atrai aventureiros em busca de seu aspecto selvagem, com muitas pedras e pequenas corredeiras que formam vários pontos de banhos. Já o Lago Azul, descoberto recentemente no meio da região de Mata Atlântica, fica a 9 km do centro urbano e realmente tem água azulada, que forma um cenário que tem atraído amantes da natureza. O acesso é através de uma trilha de pela mata, que possibilita uma verdadeira imersão na natureza.

Atrativos culturais do período colonial no município merecem uma visita

Os atrativos culturais também apresentam uma lista que merece realmente uma visita. A Casa da Cultura e Museu Histórico Fernando Lopes, construção de 1827, possui objetos do período colonial e pinturas de artistas renomados. Em 2010 foi tombada como Patrimônio Histórico e Cultural de Alagoas. A Igreja de Santo Antônio Furado, uma das mais antigas construções do município, já foi cenário de conflitos entre portugueses e holandeses. Construída no século XVII, foi tomada pelos holandeses e usada como esconderijo. Alguns historiadores relatam que, em situação de perigo, eles tinham como rota de fuga um túnel que desembocava nas margens do Rio São Miguel. Por fim a Igreja Nossa Senhora do Ó, conhecida como Igreja Matriz, construída como capela em 1683. Depois foi doada aos Carmelitas em 1735. Possui um acervo de imagens sacras barrocas, sendo um dos principais pontos religiosos de Alagoas.

No quesito datas comemorativas, São Miguel dos Campos tem cinco datas que atraem visitantes: o espetáculo da Paixão de Cristo, a emancipação e descoberta do Rio São Miguel, a festa da Padroeira Nossa Senhora do Ó, o São João de São Miguel e a Expo São Miguel. O secretário de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedecti), Álvaro Leiva, disse que o lançamento do Guia do Turismo é um marco para o município que dispõe de tantas belezas naturais ainda pouco exploradas, além da forte cultura e tradição.

Festival

Com patrocínio do Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) e da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), está sendo realizado o festival de dança popular Rota das Artes acontece até 24 de abril na Rota Ecológica, passando pelos municípios de Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres e Passo de Camaragibe. Com uma programação extensa que comemora a Arte Popular Alagoana, o Festival traz uma Mostra de Cinema Ambiental da região, com debates e fomento a educação ambiental; a Primeira Mostra de Música Autoral da Rota Ecológica, oficinas de animação 2D, de fotocolagem através de Lambe-lambe e de percussão, com oficineiros referências no nordeste.

Além disso, o festival traz artistas e bandas de destaques em Alagoas e no Brasil, fomentando mais visibilidade para região e para as discussões socioambientais, além de promover mesas com convidados para trazer reflexões e mais contribuições para as áreas de cinema, cultura popular e música de Alagoas. “É uma oportunidade ímpar de celebrar a cultura de Alagoas, trazendo debates, oficinas e mostras, o Rota das Artes vem em um momento oportuno. Estamos querendo chamar mais pessoas para Alagoas e fazer os alagoanos visitarem o próprio Estado, e um festival na Rota Ecológica do Litoral Norte vem para executar esse desejo”, destaca o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, André Luiz Gomes.