Saúde

Alagoas está há três anos sem registro de transmissão do sarampo

Esta semana, o Brasil recebeu certificação de país livre da doença pela Organização Pan-Americana de Saúde

Por Ruana Padilha / Ascom Sesau 15/11/2024 01h39 - Atualizado em 15/11/2024 02h06
Alagoas está há três anos sem registro de transmissão do sarampo
A principal medida para fazer o Estado não registrar casos de sarampo há três anos é o investimento em vacinação da população - Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau

O Brasil recebeu esta semana a recertificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O país não registra nenhum caso de transmissão da doença há mais de dois anos e, no caso de Alagoas, já são três anos sem notificação positiva, conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

O sarampo é uma doença provocada por vírus, é considerada grave e pode levar ao óbito. Suas principais características são a presença de manchas vermelhas no corpo e febre alta, além de tosse seca, irritação nos olhos e mal estar intenso. A transmissão acontece por via aérea, por meio da tosse, espirro, fala e respiração, sendo considerada altamente contagiosa.

A prevenção da doença é feita pela vacina tríplice viral, que faz parte do Calendário de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Alagoas, é disponibilizada em postos de saúde municipais, localizados nos 102 municípios. O imunizante protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, doenças altamente infecciosas que podem causar sequelas graves.

A vacina tríplice viral deve ser aplicada em duas doses. A primeira a partir dos 12 meses de idade, e a segunda com um ano e três meses. Adultos que ainda não foram imunizados de 20 a 29 anos devem receber as duas doses, com intervalo de 30 dias entre as aplicações. Quanto os adultos de 30 até 59 anos, devem receber apenas uma dose.

O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, destacou o compromisso do Estado na mobilização e conscientização para o combate à doença. Ele salientou a importância de seguir vigilante para que o sarampo permaneça erradicado.

“É um momento histórico para a saúde pública do nosso país e Estado. A erradicação do sarampo é um marco que reflete o esforço conjunto de governos, profissionais de saúde e da população. No nosso Estado, reforçamos o compromisso com a vacinação e com campanhas de conscientização, que foram fundamentais para proteger a população”, pontuou o gestor.

Recertificação

O sarampo já foi uma das principais causas de mortalidade infantil, mas foi controlado no país graças às políticas de vacinação. O Brasil conquistou a certificação da Opas pela primeira vez em 2016, mas ela foi perdida em 2019, com a queda nos índices vacinais e a ocorrência, a partir de 2018, de surtos, especialmente no Amazonas, Roraima e São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, os casos de sarampo voltaram devido ao intenso fluxo migratório de países vizinhos associado às baixas coberturas.

Para reverter o quadro, o Governo Federal investiu em vacinação nas fronteiras e em locais de difícil acesso, também na busca ativa de casos suspeitos, realização de Dia S de combate ao sarampo, oficinas de resposta rápida a casos de sarampo e rubéola nos territórios, além de cursos online de manejo clínico de sarampo, por meio da UNASUS. Todas as ações coordenadas por meio do Plano de Ação para verificação do sarampo e sustentabilidade da eliminação da rubéola, republicado pelo Ministério da Saúde em 2024.

Com a valorização do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, em 2023, houve intensificação das ações de eliminação do sarampo no Brasil. Em novembro de 2023, o país demonstrou avanços e evidências documentadas de ações realizadas pelos três entes da federação. Com isso, foi caracterizado o Brasil como “país pendente de reverificação”. Para cumprir os critérios de verificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados. Com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico.