Saúde

Varíola dos macacos: 13 casos suspeitos em Alagoas

Por Tribuna Independente 06/08/2022 12h10
Varíola dos macacos: 13 casos suspeitos em Alagoas
Doze pessoas aguardam resultado em isolamento domiciliar, sem evolução negativa do estado de saúde - Foto: Science Photo Library

Alagoas contabiliza treze casos suspeitos de Monkeypox – varíola dos macacos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), um homem de Maceió foi internado com suspeita da doença, na última quinta-feira (4), por piora e aumento acentuado nas lesões que apresenta na pele. Até o momento, nenhum caso foi confirmado.

Um caso, proveniente de Messias, já havia sido descartado, na semana passada, após exames laboratoriais. Os 13 casos que estão sendo investigados, sendo sete de Maceió, três de Rio Largo, um de Ouro Branco, um de Inhapi e um de Penedo, estão sendo monitorados pelas Vigilâncias Epidemiológicas dos municípios de origem.

Doze estão aguardando resultado em isolamento domiciliar, sem evolução negativa do estado de saúde e, após cumprirem o período de isolamento preconizado, serão liberados.

A Sesau ressaltou que os resultados dos exames de diagnóstico da Monkeypox ainda não têm data para divulgação, uma vez que são processados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Para isso, o material biológico é coletado pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) e encaminhado para a capital carioca, por meio de uma transportadora contratada pelo Ministério da Saúde (MS).

Já a assessoria do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) reforçou “a necessidade de atenção para as medidas de prevenção como: evitar o contato próximo com pessoas infectadas ou com suspeita de infecção, reduzir o número de parceiros sexuais, não compartilhar objetos pessoais (talheres, roupas, roupas de cama e toalhas), higienizar sempre as mãos e utilizar a máscara”.

BRASIL

Em todo o país, já são mais de mil casos confirmados e uma morte registrada pela doença. A primeira morte por varíola dos macacos no Brasil foi confirmada no dia 29 de julho pelo Ministério da Saúde (MS). A vítima foi um homem de 41 anos com imunidade baixa e comorbidades, incluindo câncer, que levaram ao agravamento do caso. A causa do óbito foi choque séptico, agravada pela varíola dos macacos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional. Até o momento, cerca de 25 mil casos da doença já foram registrados em 83 países no mundo, segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC).

Edema peniano e dor retal são novos sintomas, diz estudo


Uma pesquisa científica identificou novos sintomas relacionados ao surto atual de varíola dos macacos: dor na região do ânus e inchaço no pênis. As conclusões foram apresentadas após a análise clínica de 197 pacientes em Londres entre maio e julho de 2022.
“Novas manifestações clínicas da infecção por varíola dos macacos foram identificadas, incluindo dor retal e edema peniano. Essas apresentações devem ser incluídas nas mensagens de saúde pública para auxiliar no diagnóstico precoce e para reduzir a transmissão”, indicam os pesquisadores.

Segundo o estudo, publicado na revista British Medical Journal, dos 197 participantes da pesquisa, todos eram homens e apenas um não fazia sexo com outros homens. A média de idade dos pacientes investigados era de 38 anos. Todos apresentavam lesões cutâneas, principalmente nos genitais ou na região perianal. Oito pacientes apresentavam mais de cem lesões. Boa parte também relatou sintomas como febre e dor.

Um terço dos participantes (71) relatou dor na região do ânus, 16,8% tiveram dor de garganta e 15,7% edema (inchaço) no pênis. Lesões na boca atingiram 27 pacientes (13,7%), de acordo com a pesquisa. Vinte pacientes foram internados no hospital para controle dos sintomas.

“Essas descobertas confirmam a transmissão comunitária sem precedentes em andamento do vírus da varíola entre gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens no Reino Unido”, concluíram os pesquisadores, ligados à Fundação Guys and St Thomas, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que “homens que fazem sexo com homens” diminuam o número de parceiros, de relações sexuais e de exposição ao vírus.