Saúde

Cardiologista faz alerta sobre hipertensão arterial

Cleber Costa explica que doença, que acomete uma em cada quatro pessoas adultas, é mais comum nos idosos

Por Lucas França com Tribuna Independente 26/04/2019 08h30
Cardiologista faz alerta sobre hipertensão arterial
Reprodução - Foto: Assessoria
Esta sexta-feira (26) é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à hipertensão arterial, a famosa pressão alta. A data serve de alerta à população dos perigos desta doença crônica que atinge, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em média 25% da população brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e a 5% de crianças e adolescentes. A doença caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias, alcançando 140 de máxima e 90 de mínima na maior parte do tempo. Isso faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. Apesar de não ter dados precisos de quantos alagoanos têm a doença, o cardiologista e cirurgião cardíaco Cleber Costa explica que a doença é mais comum nos idosos por conta da elasticidade dos vasos sanguíneos. “É por conta da própria idade. Os vasos ficam mais endurecidos oferecendo mais resistência à passagem do sangue criando uma sobrecarga vascular interna. As consequências da pressão arterial alta provoca essa sobrecarga na função cardíaca – o coração é um músculo, e vai ser hipertrofiar e isso não é bom para o paciente. Já a pressão baixa não é ‘ruim’ – ela não tem risco iminente de morte - pode provocar sono e possivelmente uma sincope – uma tontura rápida se estiver fazendo movimento brusco”, esclarece. Mesmo sem sintomas, doença deve ser tratada para evitar outros problemas   Ainda segundo o cardiologista existe uma influência genética. “Isso não significa que todo filho de hipertenso vai desenvolver hipertensão”. Costa alerta que não tem como evitar a hipertensão arterial quando se tem o componente genético. “Pode ser adiado evitando ganhar peso, ser sedentário, evitar bebidas alcoólicas, fumar, comer frituras etc. Isso, para quem não tem condição genética e para quem tem – vai adiar”. Os problemas mais graves, segundo o cardiologista, vêm com a idade e envelhecimento dos vasos e pode gerar picos e derrames hemorrágicos ou isquêmicos. A afirmação dos principais problemas também é dada pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), que ressalta que a doença acomete uma em cada quatro pessoas adultas, é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou derrame, infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca. Sendo responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. “É possível evitar as graves consequências da pressão alta, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão”, afirma Costa. Vale ressaltar que a pressão alta, na maioria das vezes, não apresenta qualquer sintoma ou sinal. Podem estar associados à hipertensão, mas não são particularidades da doença, alguns sintomas como dor de cabeça, dor na nuca, enjoos, tonturas e falta de ar. Em muitos casos, os sintomas surgem quando a hipertensão já causou danos ao organismo. Por isso, é importante tratar a hipertensão mesmo sem sintomas. A melhor maneira de descobrir se você é hipertenso é medindo a pressão com regularidade, no mínimo, uma vez por ano, além claro de uma avaliação médica e de exames de rotina para evitar a evolução de doenças e outros problemas.