Roteiro cultural
Surfando no Caos
Com enfoque na ecologia, o artista plástico alagoano Cícero Brito mostra em quatro atos como estamos no mundo, com exposição individual em pleno Centenário de Arapiraca
Nasce o “Surrealismo Britoniano”, já enraizado em Arapiraca — cidade-árvore. Nada mais simbólico.
A expressão foi adotada em recente ensaio feito pelo professor de Artes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Judivan Lopes, que é também artista e pesquisador do tema.
Na reabertura do Museu Zezito Guedes, com Arapiraca em seu pleno centenário de raízes voadoras, rumando ao futuro inexorável de seus dias, o artista plástico surrealista Cícero Brito dá novas cores ao ambiente.
Com sua “Expo Britoniana”, mostra feita especialmente para esta ocasião e que ficará aberta ao público gratuitamente até esta sexta-feira (2), ele traz quatro matizes temáticos: Mundos; Povos Originários; Raizes Flutuantes; e Arapiraca 100 Anos.
Economista pela Universidade Católica de Pernambuco e agora assistente em Administração aposentado pelo Ifal campus Arapiraca, Cícero tem tempo livre para conceber suas obras acordado.
É um sonhador que encontra nas tintas e nas telas a extensão de sua alma.
Desde os 15, quando os pigmentos da juventude coloriram seu caminho, se entregou à arte sob a orientação do saudoso mestre José de Sá.
As primeiras pinceladas com tinta a óleo abriram portas para um mundo onde o real e o onírico se entrelaçam. Hoje, atua com o acrílico.
No surrealismo de suas criações, ele revela verdades ocultas, guiando-nos através de sonhos vibrantes que transcendem a realidade mundana — para passar uma mensagem que já está aí para todo mundo ver.
Filho de Arapiraca, nascido e criado no coração alagoano, Cícero Brito desenha (e não desdenha) em sua arte uma narrativa que vai além do olhar comum. Suas cores em pinceladas intensas e vivas nos convidam a explorar dimensões onde a natureza e a imaginação se beijam com gentileza.
Desde os anos 1990, ele abraçou a ecologia como um fio condutor que tece todas as suas obras, um tributo à vida que pulsa no verde e um grito contra a devastação que ameaça roubar-lhe o esplendor.
“Apesar de sonhador, acredito que ainda há tempo de a Humanidade acordar. O mundo está ruindo. Mas há esperança: basta ouvir o que os povos da terra, os indígenas, têm a nos dizer. Eles, sim, não cansam de nos alertar há mais de 500 anos. Nos mostram que o céu está prestes a cair. E só podemos segurar esse teto azulado se estivermos novamente em comunhão — conosco e com a natureza”, diz Cícero.
É isso o que ele traz em seus quadros. E Arapiraca, por ser árvore, guarda essa sabedoria. Dá sombra.
Cada tela sua é um manifesto visual, uma dança de formas e matizes que ecoam a urgência de proteger nosso mundo natural.
Seus traços não apenas capturam a beleza da natureza, mas também a fragilidade e a necessidade de sua preservação.
Brito tem iluminado espaços em Arapiraca, Maceió e Pernambuco com suas exposições, cada uma delas um convite para mergulhar em sua mensagem: um novo olhar sobre a interconexão entre o homem e a natureza.
Com um coração que bate gentilmente pela ecologia, o artista arapiraquense nos guia para reimaginar o mundo em meio às fortes ondas. É possível subir na prancha e seguir.
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