Política
O jogo das cadeiras: malabarismos e interrogações na política em AL a um ano da eleição
No centro desse imbróglio está o prefeito de Maceió, JHC, o político "instagramável", cuja principal indefinição se tornou o motor da especulação
O cenário político que antecede o pleito no Brasil, especialmente em Alagoas, é um verdadeiro laboratório de manobras arriscadas e silêncios calculados. A um ano da eleição, o que se vê em Maceió não é a antecipação de um debate programático, mas sim um intricado e, francamente, confuso jogo de xadrez familiar-eleitoral que enreda o destino de importantes cargos.
No centro desse imbróglio está o prefeito de Maceió, JHC, o político "instagramável", cuja principal indefinição se tornou o motor da especulação: afinal, ele renuncia à Prefeitura para disputar o Governo do Estado? A ambição é clara, mas o desafio é hercúleo: enfrentar o ministro Renan Filho, um adversário que não apenas possui o cacife de ter "alavancado administrativamente Alagoas" por um mandato e meio, mas que também mantém a máquina estadual funcionando sob a tutela de Paulo Dantas. JHC, mesmo com a popularidade digital, terá de provar que sua gestão o credencia a desalojar uma força política consolidada.
A senadora "biônica" e a ingrata moeda de troca da família
Mas o ponto nevrálgico dessa comédia de erros, ou melhor, dessa dramática peça política, é o papel da Dra. Eudócia, mãe de JHC, a senadora que, no jargão político, é a típica figura “biônica”
– aquela que assume o cargo sem o lastro direto do voto, mas por força de uma negociação de bastidores.
Sua ascensão é o retrato da promiscuidade eleitoral: a vaga veio no rastro da renúncia de Rodrigo Cunha, que trocou um assento no Senado para ser o vice-prefeito na chapa de JHC, seu principal articulador. Essa costura, que deveria ter sido o trampolim para o grupo político, se mostra agora uma moeda de troca de validade questionável.
O Fato: Dra. Eudócia surpreende positivamente em Brasília, especialmente na área de Saúde – ou seja, cumpre seu papel com relativa distinção.
O Absurdo: A essa altura do campeonato, o grupo de JHC – onde, na verdade, quem comanda as decisões é o patriarca, João Caldas (JC) – hesita, ou pior, ao que parece estaria pensando em descartar o nome dela (Eudócia) para a disputa por uma das duas vagas ao Senado. A senadora que sacrificou sua biografia política entrando pela porta dos fundos, agora pode estar sendo empurrada para fora pelo mesmo grupo que a colocou lá.
A candidata surpresa: primeira-dama sem lastro?
É neste vácuo de gratidão e estratégia que surge o lance mais estranho e questionável do roteiro: o burburinho em torno do nome da primeira-dama de Maceió, Marina Candia Figueiredo, para o Senado.
Com todo o respeito, a primeira-dama é, até o momento, uma candidata sem expressão política no Estado. Seu currículo eleitoral é nulo. Colocá-la em uma disputa senatorial – uma tarefa árdua que exige anos de articulação, base social e, sobretudo, voto
– parece ser mais uma aventura política familiar do que uma estratégia séria para ocupar uma das duas cadeiras disponíveis.
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