A chegada da exploração de areia, para abastecer a Braskem, na zona rural do município de Piaçabuçu acendeu um alerta na comunidade local e no cenário político do Baixo São Francisco. O alerta foi feito pelo secretário municipal de Cultura de Piaçabuçu, Milton Muniz, por meio das mídias sociais.

Ele anunciou, na terça-feira (28), que está cobrando das autoridades ambientais e da própria empresa informações oficiais e relatórios técnicos.

“Piaçabuçu não é terra de silêncio. É terra de luta, história e identidade. A chegada da exploração da Braskem acende um alerta para todos nós. Queremos transparência, queremos garantias e, acima de tudo, queremos respeito ao nosso povo e ao rio”, afirmou Milton Muniz.

O secretário enviou ofícios ao IMA/AL, Ibama e à Braskem, solicitando:

• Disponibilização pública dos estudos de impacto ambiental;

• Realização de audiência pública no município;

• Apresentação de plano de mitigação e compensação social para comunidades ribeirinhas, pescadores, agricultores familiares e demais setores afetados.

Segundo Milton Muniz, o episódio em Maceió, onde a exploração anterior da Braskem gerou impactos significativos, reforça a necessidade de participação ativa da comunidade: “O que aconteceu em Maceió não pode se repetir aqui. Estamos falando de vidas, de economia, de meio ambiente e de futuro. Piaçabuçu precisa estar no centro desse debate, com voz e protagonismo”.

Localizada na foz do Rio São Francisco, Piaçabuçu tem forte ligação com atividades pesqueiras, turismo ecológico, artesanato e manifestações culturais tradicionais. Qualquer impacto ambiental na região pode afetar diretamente o modo de vida de milhares de famílias, o que torna a mobilização da comunidade ainda mais crucial.

MOVIMENTO

No começo da semana, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) também cobrou dos órgãos de fiscalização ambiental a suspensão imediata da extração de areia em Piaçabuçu. A extração de areia, por parte da empresa LE Mineração do empresário Lula Leão, foi denunciada pela reportagem da Tribuna Independente, na edição do jornal, no último final de semana.

O MAM solicita ainda dos órgãos ambientais que seja realizada uma fiscalização na jazida, localizada na zona rural do município e nas proximidades da praia do Pontal do Peba, na foz do Rio São Franciso, no Litoral Sul de Alagoas, na divisa com o Estado de Sergipe.