O 7 de Setembro em Alagoas foi marcado por manifestações de ambos os lados do espectro político, com grupos de direita e esquerda ocupando espaços públicos para defender pautas opostas. Após o tradicional desfile cívico na Avenida da Paz, no bairro do Jaraguá, Maceió.

O tradicional Desfile ou Grito dos Excluídos aconteceu após o desfile cívico na Avenida da Paz. Já o ato pró-Bolsonaro foi no Corredor Vera Arruda na Jatiúca.

Manifestações pró-Bolsonaro e críticas ao STF

Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também ocuparam as ruas de Maceió com bandeiras do Brasil e faixas de apoio ao ex-presidente. A principal pauta dos manifestantes foi o pedido de anistia para Bolsonaro e os condenados pelos eventos de 8 de janeiro, além de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os manifestantes clamaram por liberdade para o ex-presidente e denunciaram o que consideram perseguição política. As críticas ao Judiciário também estiveram presentes nos discursos dos participantes, que usaram o espaço para reforçar as pautas de liberdade de expressão e justiça.

O Grito dos Excluídos e as demandas por justiça social

Do outro lado, movimentos sociais e sindicatos de esquerda também tomaram as ruas, com destaque para o Grito dos Excluídos, que reuniu um número significativo de pessoas para reivindicar justiça social e melhores condições de vida para as populações mais vulneráveis. O evento, que aconteceu logo após o desfile cívico na Avenida da Paz, teve como tema deste ano o lema “Vida em Primeiro Lugar” e abordou pautas como a regulamentação da jornada de trabalho 6x1, o aumento da atenção aos direitos de mulheres, negros e pessoas em situação de rua, além de críticas à desigualdade econômica e a falta de políticas públicas efetivas.

A manifestação também contou com várias atividades culturais, como música ao vivo, teatro, capoeira e poesia, com o objetivo de fortalecer a luta por igualdade e inclusão social. A mobilização teve apoio de diversos líderes políticos e parlamentares, incluindo nomes como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Luiz Marinho (PT-SP), e fez questão de ressaltar a luta pela taxação dos super-ricos e pela redução da jornada de trabalho sem corte salarial.

A divergência das pautas

Enquanto os manifestantes pró-Bolsonaro focaram no apoio ao ex-presidente e no ataque ao STF, os manifestantes de esquerda destacaram a necessidade de uma reforma social profunda no Brasil, com foco em políticas públicas que atendam as necessidades mais urgentes da população brasileira. Em Maceió, o confronto de ideias refletiu as divisões políticas que marcam o cenário nacional.

O Grito dos Excluídos, que tem como objetivo dar voz aos marginalizados pela sociedade, também levantou bandeiras de solidariedade internacional, com apoio a movimentos e povos em luta, como o povo palestino, e com ações de arrecadação de alimentos e cestas básicas para as famílias mais necessitadas.

O clima tenso e a polarização

O clima de polarização que domina o cenário político nacional também foi visível nas ruas de Maceió. Ambas as manifestações demonstraram a divisão entre os grupos e suas reivindicações, mas também expuseram a falta de consenso sobre o futuro político do país. As diferentes formas de protesto — de uma parte, clamando por liberdade para Bolsonaro e ataques ao STF, e de outra, exigindo justiça social e atenção aos mais pobres — mostram a complexidade das discussões políticas e sociais que o Brasil vive.

Em Alagoas, como em várias outras partes do país, o 7 de Setembro não foi apenas um dia de celebração da independência nacional, mas também um dia de lutas políticas intensas, onde o grito por justiça social e a defesa de liberdades individuais se entrelaçaram no palco das ruas.