Política
Sindicatos rejeitam proposta de 4% de reajuste feita pela prefeitura

A negociação salarial entre a Prefeitura e os sindicatos do município de Maceió segue em um impasse. Após manifestações nas redes sociais e protestos de rua realizados nos primeiros meses do ano, a Secretaria Municipal de Gestão de Maceió (Semge) se reuniu na última semana, em momentos separados, com representantes do movimento unificado e dirigentes do Sinteal.
Em ambas ela apresentou a mesma proposta de reajuste salarial que seria de 4% parcelado em duas vezes (2% em abril + 2% em outubro), e adiantou o percentual relativo a 2026, de 5% a ser pago em março. A reação por parte do funcionalismo foi negativa, sinalizando para um enfrentamento. Lembrando que a data-base dos servidores públicos municipais de Maceió é janeiro.
Os representantes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos, que engloba sete sindicatos (Sindspref, Sindsaúde Maceió, Sindacs/AL, Sindas/AL, Sindatran/AL, Sintcomarhp e Sindguarda/AL), haviam pleiteado um reajuste salarial de 8%, baseado em um cálculo feito pelas lideranças sindicais, que utilizou como referência o modelo adotado pelo Governo Federal, que considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPC-A) e o Produto Interno Bruto (PIB) como indicadores primários para a atualização salarial. A proposta não saiu nem da mesa de negociação, que aconteceu na última segunda-feira, 10 de março.
O presidente do Sindsaúde Maceió, Alesandro Fernandes, explica que a proposta foi rejeitada por todas as lideranças presentes, pois não atende minimamente aos anseios da categoria.
“Além de ter sido metade do percentual solicitado pelos trabalhadores, o Município ofereceu pagar o reajuste em duas parcelas. Por isso, por unanimidade, nenhum sindicato presente aceitou”, explicou. Os dirigentes informam que solicitaram à secretária municipal de Gestão uma nova proposta através do secretário municipal de finanças, João Felipe, e do prefeito JHC (PL).
No dia seguinte, terça-feira (11), a secretária recebeu, junto com o secretário de educação Vitor Braga, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal). Com assembleia marcada para o mesmo dia, o sindicato recebeu a mesma proposta já rejeitada pelos outros, e levou para a categoria logo após a reunião.
O percentual, segundo a direção, causou revolta na categoria que defende 13,6%.
Izael Ribeiro, presidente do Sinteal, reforça que se trata não apenas da pauta salarial, mas também toda uma estrutura. “Está mantida a nossa proposta de 13,6%. A Prefeitura precisa valorizar a os profissionais da educação em Maceió com salários justos e melhores condições de trabalho. E não é apenas sobre ganho financeiro, mas uma luta por uma educação de qualidade na capital alagoana”.
A assembleia foi encerrada com uma agenda de lutas, que começou na mesma hora com um protesto no Centro de Convenções de Maceió, onde estava acontecendo um evento promovido pela prefeitura com profissionais da educação, a jornada pedagógica.
Os manifestantes levantaram bandeiras, faixas e cartazes com dizeres como “Receber abaixo do piso não é massa”, “JHC, queremos mais creches e mais escolas” e “Educação básica é responsabilidade do município”.
O protesto teria recebido adesão de diversos profissionais presentes, que cantaram junto e colocaram adesivos demonstrando sua indignação com a prefeitura e sua política na educação. Ao final, o grupo ainda entrou no Teatro Gustavo Leite, onde fez um protesto silencioso, contornando o espaço levantando cartazes. O ato gerou ampla adesão no teatro, que bateu palmas e entoou cantos e gritos de mobilização, demonstrando como a classe se encontra insatisfeita com a gestão da educação em Maceió.
A assembleia do Sinteal marcou ainda um protesto para o dia 22 de março, um sábado, na orla de Maceió, e outro no dia 1º de abril, com paralisação de 24h na rede municipal de ensino, protesto no Benedito Bentes e nova assembleia. A campanha, que começou em dezembro com as primeiras tratativas entre Sinteal e Prefeitura sem avanços, já contou com protesto na prefeitura, e denúncias do Sinteal sobre as condições das escolas, tanto nas páginas informativas do sindicato quanto no Ministério Público Estadual.
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