Política

Isnaldo Bulhões diz estar fora da disputa pela liderança do governo

Parlamentar alagoano garante estar bem em sua condição e que MDB vai indicar relator do orçamento

Por Thayanne Magalhães* - Tribuna Independente 07/03/2025 08h38
Isnaldo Bulhões diz estar fora da disputa pela liderança do governo
Isnaldo Bulhões já foi cotado para ser ministro no governo Lula devido ao seu bom trânsito na Câmara federal - Foto: Assessoria

O deputado federal e líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões, afastou ontem (6), a possibilidade de que estaria na disputa pela liderança do governo na Casa. Desde o final de janeiro e início de fevereiro, o presidente Lula (PT), tem tentado rearrumar a articulação política com os parlamentares.

“Não estou disputando nada. Estou bem na minha função de líder do MDB na Câmara e com o relatório do orçamento de 2025, o qual irei indicar o relator. Não há nada nesse sentido. Minha dedicação está voltada para a liderança do MDB e para o orçamento”, disse o deputado federal em contato com a reportagem da Tribuna Independente na tarde de ontem (6).

Anteriormente, o deputado federal alagoano estava sendo cotado para ser ministro no governo Lula e chegou a ser especulado para a Secretaria de Relações Institucionais, que acabou nas mãos da deputada federal Gleisi Hoffmann, que estava na condição de presidente nacional do Partido dos Trabalhadores.

Quanto à liderança na Câmara Federal, quem ainda se mantém no posto é o deputado José Guimarães (PT-CE), que deve ser o próximo presidente do PT nacional.

Ao afastar a possibilidade de se tornar líder do governo na Câmara Federal, Isnaldo Bulhões deixa para o presidente Lula definir se a liderança passa para o comando dos deputados Antonio Brito (BA), líder do PSD, e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

ACENOS E TROCAS

Em Brasília, aliados de Lula, inclusive do PT, têm defendido que o presidente faça acenos ao Centrão e promova novas mudanças em seu ministério.

No fim de fevereiro, Lula tirou Alexandre Padilha da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e o colocou no Ministério da Saúde. Para a SRI, responsável pela articulação política com o Congresso, o presidente indicou a presidente do PT, Gleisi Hoffman.

Nesse cenário, a possibilidade de Lula indicar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência da República, que é cobiçada por outras legendas, é considerada um erro crasso.

Para aliados do presidente, o movimento geraria uma ‘’crise geral para dentro e para fora’’. Para dentro, porque tiraria do Congresso um aliado fiel. Para fora, irritaria ainda mais o Centrão, que já está incomodado com a escolha de Gleisi Hoffmann as Relações Institucionais.

Esses aliados elogiam o perfil de Boulos, mas avaliam que o momento não é para mudanças que fortaleçam a esquerda no governo, mas de expansão de aliados, em especial de partidos do Centrão – o Progressistas (PP), que comanda o Ministério do Esporte, tem sinalizado que pode pular fora do barco; o União Brasil, que tem três pastas, está às voltas com a pré-candidatura de Ronaldo Caiado à presidência em 2026. (Com agências*)