Política

Justiça inocenta Cícero Almeida na “Máfia do Lixo”

Ex-prefeito de Maceió pretende ser candidato na capital ou disputar na Barra de São Miguel

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 31/05/2023 09h45 - Atualizado em 31/05/2023 17h17
Justiça inocenta Cícero Almeida na “Máfia do Lixo”
Cícero Almeida ainda está filiado ao PP, de Arthur Lira, e pode disputar a Prefeitura da Barra de São Miguel no próximo ano - Foto: Sandro Lima / Arquivo

Por decisão do juiz Rodolfo Osório Gatto Herrmann, da 6ª Vara Criminal da Capital, o ex-prefeito de Maceió e ex-deputado federal por Alagoas, Cícero Almeida, foi inocentado das acusações pela contratação da empresa Viva Ambiental, responsável pelo recolhimento de lixo na capital durante a sua gestão.

Almeida, que ainda está filiado ao Progressistas (PP), estava como o principal investigado no processo judicial que ficou conhecido em Alagoas como a ‘Máfia do Lixo’. À Tribuna, o ex-prefeito de Maceió destacou que esta ação foi a maior complicadora política que ele enfrentou.

Agora, Cícero Almeida já manifesta vontade de ser candidato em Maceió ou no município da Barra de São Miguel.

“Eu acredito que agora sem esse impasse que vinha complicando a minha vida política, eu devo ser candidato a vereador de Maceió nas eleições do próximo ano. Mas existem grandes indícios de que eu possa ser candidato a prefeito da Barra de São Miguel. Eu tenho esse sonho, de fazer na Barra as transformações que fiz em Maceió quando fui prefeito”, afirmou.

Vale lembrar que o atual prefeito da Barra de São Miguel é Benedito de Lira (PP), pai do deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

“Ainda estou filiado ao PP e vou analisar com muito carinho a questão da disputa da prefeitura da Barra de São Miguel. Acredito que não terei a aprovação de Arthur Lira, mas, se tiver, ficarei grato. Se não, sigo outro caminho e me filio a outro partido”, disse Cícero Almeida.

A DENÚNCIA

O Ministério Público Estadual (MP/AL) entrou com a ação civil pública em novembro de 2010 contra o então prefeito de Maceió Cícero Almeida e mais 15 pessoas por ato de improbidade administrativa devido a irregularidades em contratos de limpeza urbana. O esquema foi denunciado em 2005 pelo então vereador Marcos Alves, falecido em 2011.

De acordo com a denúncia, o prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 200 milhões. Investigações realizadas pelo MPE nos anos de 2005 e 2006 concluíram que, ao invés de realizar licitação para contratação da empresa encarregada da coleta de lixo na cidade, a prefeitura forjou a renúncia da Construtora Marquise S/A ao contrato vigente e fabricou uma emergência para justificar a celebração de contrato com a Viva Ambiental e Serviços Ltda.

Agora, o MPE entendeu que o ex-prefeito não cometeu dolo ao erário. Com base nas provas colhidas durante as investigações e pelo posicionamento do próprio MPE, o processo foi extinto.

“Foi uma decisão esperada. São quinze anos aguardando, desde 2008 [quando teve o mandato de deputado federal cassado] que venho tendo um desgaste muito grande politicamente. Mas eu tenho uma credibilidade boa com a população pela administração que fiz em Maceió. Polemizaram, mas mesmo assim eu venci para deputado federal. Eu estava com a consciência tranquila e agradeço aos advogados Marcelo Brabo e Nabor Bulhões. Houve vários julgamentos, aqui em Alagoas e também em Brasília, e hoje tivemos essa boa notícia”, comentou Almeida.