Política de valorização do salário mínimo, calendário de atos contra juros e novos caminhos da organização sindical no Brasil. Estes foram alguns dos principais pontos de pauta debatidos nesta quinta-feira (9), em um evento que reuniu sindicalistas em Maceió.

O presidente da Força Sindical Nacional, Miguel Torres, que está rodando o Brasil, esteve presente no encontro na capital alagoana e destacou as dificuldades que todo o movimento sindical tem parabenizando cada um que chegou até aqui. “Cada um sabe o que passou e muitos não conseguiram, mas nós aqui demonstramos essa luta, luta essa característica e dura, que o governo passado tentou acabar, mas fizemos a diferença e a garra perseverou”.

Ele aprofundou sua fala mencionando que se o presidente Lula não tivesse ganhado a eleição, não estariam na reunião de hoje. “Estaríamos tentando achar caminhos para a resistência, reunindo forças para enfrentar o que viria, porque com certeza os ataques aos movimentos sindicais começariam no dia 1º de janeiro deste ano. Por isso, a importância também de que não podemos ignorar a direita, que se incorporou na sua maioria nas pessoas mais humildes, mais pobres, com menos condições que está enraizada, então o trabalho do movimento sindical é trazer estas pessoas que foram iludidas e acreditaram no que estava acontecendo do outro lado”. Observou.

Miguel Torres salientou o relevante papel da Força Sindical em mostrar os novos rumos e continuar informando para que não se possa vacilar, ele avaliou que são três meses de governo Lula, no entanto o que se percebe é que o anterior ainda segue com fake news no sentido de promover a confusão nas pessoas.

O sindicalista ressaltou ainda que o momento é priorizar algumas situações para que se possa avançar, respeitando todos os segmentos da sociedade. “Estamos trabalhando para esta retomada, queremos um país melhor para todos, salários justos, assistência social mais ampla. A ideia do movimento sindical é conversar, debater para seguir adiante. Antes de o presidente Lula ser eleito tivemos muitas conversas em diferentes pontos, ele conhece o sindicalismo, foi metalúrgico e o que vínhamos sofrendo com a reforma trabalhista, no qual, se tirou os direitos dos trabalhadores, mas eles não acreditaram e batiam palmas, foram 12 pontos que alteraram na legislação, além de medidas provisórias, portarias, Normas Regulamentadoras...”, relembrou.

DIRETRIZES

Diretrizes foram criadas no sentido de fortalecer o movimento sindical e garantir direitos via assembleias e assim ter uma Força Sindical forte. As estratégias, segundo Miguel Torres, é que se faça um projeto para avançar nas discussões e incorporar. “As propostas serão debatidas em todas as centrais sindicais, Isto é, agrupando ideias para a execução até o final deste mês de março, porque geralmente o governo tem mais força no começo do mandato e precisamos adiantar porque a reforma tributária irá entrar em discussão no congresso, então é uma confusão, desta forma, o nosso tempo é fazer o máximo de criar o debate e com esse documento o transformando numa linguagem legislativa e o executivo o envio ao congresso nacional para que se tenha um rito interno e a votação”, explicou.

Para presidente da Força Sindical Nacional, o Lula ganhou como presidente, mas a maioria dos senadores, deputados são de matriz conservadora e que as conversas deverão continuar e muito.

REGULAMENTAÇÃO DE MOTORISTAS POR APLICATIVOS

“Motoristas por aplicativos são trabalhadores, mas colocaram na cabeça deles que são empreendedores, só que estão sendo explorados, não tem garantia de horário de trabalho, de assistência social, de seguro do veículo, então nós temos que achar um caminho que regulamente essa atividade, estamos vendo muitas propostas e infelizmente há uma divisão grande no setor, então temos que encontrar um caminho para regulamentação destes companheiros”, apontou o presidente da Força Sindical Nacional, Miguel Torres.

O Presidente da Força Sindical Estadual em Alagoas, Gima da Força, há 20 anos gerindo a entidade, destacou a oportunidade da presença do presidente da Força Sindical Nacional, Miguel Torres. “Estávamos precisando, estamos felizes e satisfeitos por aceitar nosso convite”, frisou.

“Que bom que o professor sindical Miguel Torres aceitou esse convite aos sindicatos filiados e não filiados, foi muito bom parar e ouvir o companheiro sobre o que vai acontecer futuramente no movimento sindical”, afirmou. Gima também parabenizou os sindicatos que se filiaram recentemente, como o de bebidas e de fabricação de PVC.

Miguel Torres posteriormente se reuniu com o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).