Política

CUT Alagoas relata alívio do trabalhador com revogação de processos de privatização

Decisão do governo Lula em retirar Petrobras e Correios da lista de privatização garante segurança, diz presidente da entidade

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 04/01/2023 06h05
CUT Alagoas relata alívio do trabalhador com revogação de processos de privatização
Para Rilda Alves, o governo Lula entende a importância dos investimentos para manter as estatais em funcionamento e empregando - Foto: Sandro Lima

Um ganho após seis anos de luta constantes contra as privatizações. Essa é a definição da presidenta da CUT Alagoas, Rilda Alves, sobre a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a revogação de processos de privatização de oito estatais, entre as quais Petrobras e Correios, iniciados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É um ganho para nós enquanto sociedade e trabalhadores. A privatização era uma pauta constante do Congresso e Governo Federal. Jair Bolsonaro não via as estatais como fortalecimento da sociedade e a revogação de Lula é um alívio para os trabalhadores, principalmente desses setores. Vimos o que a privatização da Eletrobras resultou para nós enquanto sociedade e agora poderemos respirara mais aliviados”, continuou Rilda.

A presidente da CUT destaca que agora, com a decisão de Lula, os trabalhadores poderão ficar tranquilos com a manutenção dos seus empregos.

“Os Correios é uma empresa que tem ajudado a sociedade com serviço prestado nos quatro cantos de Alagoas. Uma empresa privada não iria prestar esse serviço, principalmente em comunidades mais distantes. Os Correios têm um papel social. E sobre a Petrobras, como seria o controle dos preços dos combustíveis se ela se torna uma empresa totalmente privada? Com a revogação podemos sonhar de novo com um Brasil em desenvolvimento, em crescimento, que tem agora um olhar para o fortalecimento e desenvolvimento de uma sociedade que contará com serviços essenciais”, concluiu.

FATO ESPERADO

Alysson Guerreiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de Alagoas (Sintect-AL), disse à Tribuna Independente que recebeu a notícia com muita alegria.

“Foi um fato que já era esperado também por toda categoria ecetista alagoana, já que ainda durante a campanha estivemos com o então candidato Lula e na oportunidade o mesmo assinou uma ‘Carta Compromisso’, se comprometendo, caso eleito, vetar o PL 591/21 que trata da privatização dos Correios, bem como investir de forma maciça em uma instituição que atende de forma igualitária a todos os municípios brasileiros, além de utilizar a maior empresa de logística da América Latina em prol de todos os serviços públicos prestados pelo Governo Federal”, contou Guerreiro.

ENTENDA

O despacho com a determinação foi assinado no domingo (1º), logo após a posse de Lula, e publicado nesta segunda-feira (2) no “Diário Oficial da União”. O presidente determinou a retirada dos planos de privatizações as seguintes estatais: Petrobras; Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA); Correios; Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev); Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep); e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Lula justificou no despacho a necessidade “de assegurar uma análise rigorosa dos impactos da privatização sobre o serviço público ou sobre o mercado”.

No despacho, presidente ordenou que os seguintes ministros revoguem os atos que qualificaram as estatais no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) ou que as incluíram no Programa Nacional de Desestatização (PND). São eles: Casa Civil, Rui Costa (PT); Fazenda, Fernando Haddad (PT); Agricultura, Carlos Fávaro (PSD); Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG); Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil); Previdência, Carlos Lupi (PDT); Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta (PT-RS).
O governo de Jair Bolsonaro (PL), encerrado no sábado (31), tinha entre as suas diretrizes avançar nas vendas e concessões de ativos públicos. Em maio, o então ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, entregou o pedido para fossem realizados os estudos para a privatização da Petrobras e da PPSA, a estatal do pré-sal.

O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) recomendou a Bolsonaro a inclusão da Petrobras na lista de estudos para uma possível privatização.