Política

Insensível às mortes, Bolsonaro aposta no caos para lucrar politicamente

21/03/2021 17h13
Insensível às mortes, Bolsonaro aposta no caos para lucrar politicamente
Reprodução - Foto: Assessoria
Artigo escrito por: Antonio Pereira - https://tribunahoje.com/?post_type=post&p=435201 'Morra quem tiver que morrer'. 'Não sou coveiro'. 'É uma gripezinha'. Todas essas frases foram ditas pelo atual presidente da República diante da maior pandemia da história moderna da humanidade. Desde o começo desta tragédia, que no Brasil já ceifou quase 300 mil pessoas, Jair Bolsonaro segue na contramão mundial, negando a doença e apostando todas as suas fichas no caos político e econômico. Tudo para lucrar politicamente no próximo ano. A aposta de Bolsonaro é simples: com as vacinas sendo distribuídas até o final do ano, os brasileiros, que são famosos por não terem memória, logo esquecerão a pandemia e vão se concentrar na economia. Com isso, Bolsonaro já tem o discurso pronto: vai jogar toda a culpa nos governadores dos Estados, alegando que ele sempre foi a favor da abertura total da economia, mesmo diante dos momentos mais graves da pandemia. Bolsonaro fala para sua base de apoio, basicamente formada por brasileiros médios, de meia idade e que detestam o país onde moram. Aos ouvidos destes brasileiros, a retórica do presidente soa como música. Para eles a vida não importa, desde de que seja de pessoas pobres ou desconhecidas. Na cabeça dessas pessoas que vestem camisa da CBF e cantam o hino nacional, todo trabalhador que morrer por conta da doença será imediatamente substituído por outro com salário menor e menos direitos. Simples assim. Em todos os momentos desta crise, Bolsonaro jogou e joga contra as medidas adotadas em todo o mundo civilizado na intenção de diminuir a contaminação e, assim, evitar mortes como as que estamos vendo agora no Brasil numa escala de milhares todos os dias. Ele foi contra o isolamento, as máscaras, as medidas sanitárias, as vacinas e todas a formas de diminuir o contágio. Bolsonaro chegou a ser chamado de genocida (quando tem a intenção deliberada de matar seus compatriotas). Em seu mundo egocêntrico, Bolsonaro age apenas por interesses particulares, sempre priorizando seus quatro filhos que atualmente estão sendo investigados por enriquecimento ilícito. O mais novo investigado é também o filho homem mais novo do ex-militar que ocupa a presidência. O zero quatro, também conhecido como Jair Renan Bolsonaro que chama a atenção do Ministério Público Federal por ter recebido inúmeros presentes de empresas que têm interesse em contratos com o governo federal. Chegou ao ponto de uma dessas empresas instalar mármore no escritório de Renan Bolsonaro, o mais novo 'empresário' de Brasília. Assim como na vida que tinham antes de Jair Bolsonaro se tornar presidente, ele e seus filhos ampliam suas atividades, enriquecendo de forma suspeita. Flávio Bolsonaro recentemente comprou um mansão por R$ 6 milhões, dinheiro que ele não tem como provar que tem, nem tem como provar que pode pagar. Eduardo Bolsonaro é tido como lobista de empresas de armas. Carluxo, o vereador carioca, seria o operador de um esquema de rachadinha semelhante a Flávio. Carluxo também é tido como mentor do chamado 'gabinete do ódio', que dissemina fake news contra adversários políticos do clã. Insensível aos mortos, Bolsonaro e sua trupe seguem ditando o ritmo da crise no Brasil, que já é a nação mais rejeitada no mundo. O que nos resta saber é se o crime compensa. Em 2022 saberemos.