Política

MPT apura contratação durante greve de jornalistas

TVs empregaram substitutos a profissionais que cruzaram os braços contra redução salarial

Por Editoria de Política com Tribuna Independente 02/07/2019 08h42
MPT apura contratação durante greve de jornalistas
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas abriu processo investigativo contra a TV Gazeta, TV Pajuçara e TV Ponta Verde por contratação em período de greve. Jornalistas dos grupos aos quais as três emissoras fazem parte cruzaram os braços no dia 25 de junho contra redução de 40% em seu piso salarial. De acordo com a denúncia do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), a contratação de substitutos aos grevistas fere o Artigo 7º da Lei 7.783/89, conhecida como Lei de Greve. Desde o início da greve, as três emissoras têm exibido reportagens de outros estados, repetidas e com os contratados, a maioria de recém-formados. DISSÍDIO A audiência do dissídio coletivo dos jornalistas da Organização Arnon de Mello (OAM), Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM) e Grupo Opinião está prevista para ser realizada nesta quarta-feira (3). Contudo, ela só poderá ocorrer se o MPT enviar seu parecer ao desembargador-relator do processo, Laerte Neves. Até o fim da tarde desta segunda-feira (1º), isso não havia ocorrido. Segundo o presidente do Sindjornal, Izaías Barbosa, sem o parecer do MPT não dá para ter uma perspectiva do resultado do julgamento do dissídio. “Ele faz o julgamento pender para um lado ou para o outro”, comenta. Entretanto, o presidente do Sindjornal espera que o resultado seja favorável à categoria, até mesmo diante da proposta de redução de piso salarial em 40%. AUDIÊNCIA No último dia 27 de junho, o MPT realizou uma audiência de conciliação entre Sindjornal e OAM, PSCOM e Opinião. Sem acordo, acabou que uma proposta foi formulada pelo procurador-chefe do MPT em Alagoas, Rafael Gazanneo. A proposta foi rejeitada em assembleia de jornalistas realizada na mesma data, após a audiência. O entendimento da categoria foi o de que ela favorecia às reinvindicações dos empresários. A greve chegou ao sétimo dia nesta segunda. Entre os itens da proposta formulada pelo procurador-cehfe do MPT em Alagoas estavam “prazo de 30 dias para apresentação do valor referente as três faixas de um plano salarial a ser elaborado pelas empresas, ficando desde já combinado que a apresentação do valor será acompanhada da definição do percentual de profissionais que será inserido em cada uma das faixas; garantia de emprego pelo prazo de seis meses, contados a partir da data da deflagração da greve (25/06/19)”.