Política

Bolsonaro diz que não disse o que disse sobre a ONU

Candidato diz ter se referido ao Conselho de Direitos Humanos da entidade internacional

Por Jornal GGN 21/08/2018 09h25
Bolsonaro diz que não disse o que disse sobre a ONU
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, recuou de sua posição quanto a sair da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo suas declarações atuais, após ter sido criticado em todos os veículos de comunicação, o candidato diz que sua intenção é sair do conselho de direitos humanos da ONU, e não da entidade. Diz que cometeu um 'ato falho'. Bolsonaro, na ocasião, disse que a ONU é um 'antro de comunistas' e que 'não serve para nada esta instituição'. E toda essa verborragia veio depois que o comitê de direitos humanos da ONU fez requisição em favor dos direitos políticos do ex-presidente Lula. O candidato, há uns dois meses, já havia se posicionado em redes sociais sobre a saída do conselho da ONU, sem especificar qual, por terem se posicionado contra Israel e 'por sempre estarem ao lado de tudo que não presta'. E finalizou dizendo que 'este atual apoio a um corrupto condenado e preso é só mais um exemplo de nossa posição' grafou nas redes. No entanto, para a Folha, o candidato recuou, dizendo que se referia ao comitê de direitos humanos. 'Eu vomitei aquilo sem falar de conselho de direitos humanos. Aé é onde houve uma falha minha', declarou ele ao jornal. Jair Bolsonaro quer copiar o que fez Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que anunciou a retirada do país do conselho de direitos humanos da ONU. Daí, junto com os EUA, o Brasil se alinharia com o Irã, Coreia do Norte e Eritreia. No tocante à crise migratória de venezuelanos em Roraima, Bolsonaro defende uma postura mais dura do Brasil contra o governo de NIcolás Maduro, propondo um campo de refugiados com auxílio da ONU. 'Quando você fala em refugiados você tem que buscar a ONU para apresentar uma alternativa', declarou ele. Mas também discorda com o fechamento de fronteiras, dizendo que isso não é possível. Não apontou ser este um problema ligado aos direitos humanos. 'Tem que abrir um campo de refugiados, você não pode simplesmente deixar um pessoal habitar lá todos os espaços vazios de Pacaraima, de Boa Vista. Não pode deixar o pessoal jogado na rua, deixar o pessoal fazendo necessidades fisiológicas na rua. Ficar na rua praticando atos de vandalismo ou de crimes', declarou ao jornal. Também não quer fazer a interiorização de refugiados para outros Estados, como fez o governo de Temer. 'O próprio venezuelano, no fundo, não quer vir para dentro do Brasil. Ele quer ficar próximo à fronteira para poder retomar pro seu pais na primeira oportunidade', garante ele. 'Quando você faz um campo de refugiados você vai deixar esse pessoal lá em standby, pow. E buscar soluções para [eles voltarem] para o seu país. A primeira medida é essa. O governo tem que mostrar para a Venezuela o seguinte: não concordamos com o que está acontecendo ai. Tentar fazer com que esse governo do Maduro seja deposto legalmente', prega.