Política
Na Assembleia Legislativa, deputados criticam ex-secretária de Saúde
Ronaldo Medeiros e Antonio Albuquerque fizeram a defesa do governo
Iniciada pelo deputado Bruno Toledo (Pros), a discussão que tomou conta do Plenário da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) nesta terça-feira (8) foi sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) para apurar supostas fraudes milionárias em licitações realizadas pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesau). O principal foco do debate foi a ex-secretária e atual reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Rosângela Wyszomirska.
Toledo lembrou que em dezembro do ano passado protocolou um requerimento pedindo informações a então secretária sobre a existência de fracionamento nas compras da secretaria. O parlamentar disse ter sido ignorado por Wyszomirska.
“Em dezembro de 2016 um requerimento de minha autoria foi protocolado na Assembleia pedindo informações a secretária e entre outras informações se haveria fracionamento. Consultei o Portal da Transparência e citei as empresas que eu consegui perceber que haviam indícios desses fracionamentos. Vários lançamentos dos mesmos produtos para as mesmas empresas e no mesmo dia. Esse requerimento não foi respondido”, discursou o deputado.
O deputado destacou ainda que enviou dois ofícios para o atual secretário Christian Teixeira, em maio, solicitando informações muito parecidas e que o gestor não respondeu o ofício que se referia ao fracionamento. Ele ainda disse que os alagoanos podem estar diante da primeira CPI do governo.
O deputado Rodrigo Cunha (PSDB), em aparte, disse que os parlamentares não poderiam fazer nenhum pré-julgamento, mas sim mostrar que estão acompanhando de perto a operação realizada pela PF e CGU. Ele ainda lembrou de um projeto de lei do Executivo que trata da questão da transparência dos órgãos públicos do estado e que até hoje não chegou ao Plenário para apreciação.
LIDERANÇA
Em resposta aos questionamentos feitos por Bruno Toledo, o líder do governo, Ronaldo Medeiros (PMDB), defendeu o governador Renan Filho (PMDB) e o seu trabalho à frente do Estado.
“Já que o deputado Bruno pegou os dados no Portal da Transparência, mostra que o governo estadual presta contas com a sociedade e que todas as compras estão à disposição. O governador vem investindo e exigindo que todo servidor e secretarias prestem contas. O governador mais do que ninguém quer que seja apurado. Vamos aguardar os fatos”, rebateu Medeiros.
Medeiros chegou a citar do caso do deputado federal Cícero Almeida (PMDB) que foi inocentado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, no inquérito referente a supostas fraudes na compra de merenda escolar na capital alagoana quando o parlamentar era o chefe do Executivo municipal. “Depois de ser execrado, ser condenado pela sociedade o STF o absolveu. Esse caso da saúde é preocupante, queremos que isso seja esclarecido, mas não podemos condenar ninguém antes de tudo apurado”, complementou.
Também em aparte, Antonio Albuquerque (PTB) defendeu a honestidade do governador Renan Filho ao dizer que é capaz de apostar que o chefe do Executivo não medirá esforços para apurar responsabilidades. Mas, aproveitou para criticar a forma como Rozângela lidava com políticos e autoridades públicas enquanto esteve à frente da pasta. A então secretária deixava claro que não recebia políticos em seu gabinete.
“A secretária da época precisa realmente dar muitas explicações. Ela não queria saber de política e não recebia político. Político, para ela, era execrável, pois são os políticos detentores de todas as mazelas e costumes. Chegou a hora para que a então secretária prove e comprove sua idoneidade e santidade, sobretudo por ela tão alardeada no início”, criticou Albuquerque.
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