Política

Oposição ocupa sede de sindicato e quer intervenção judicial

Grupo contrário à direção do Sinttel questiona Judiciário para organizar processo eleitoral na entidade de classe

Por Tribuna Independente 25/07/2017 08h09
Oposição ocupa sede de sindicato e quer intervenção judicial
Reprodução - Foto: Assessoria

A sede do Sindicato dos Trabalhadores Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas de Telefonia (Sinttel) foi ocupada, na tarde desta segunda-feira (24), por cerca de 50 pessoas ligadas à oposição da direção da entidade. Segundo eles, o processo eleitoral está viciado e o atual presidente, José Mendonça Araújo, vem se perpetuando no cargo porque nega a filiação de novos sócios.

Segundo Josival Barbosa, um dos líderes do grupo, a eleição da diretoria do Sinttel foi anulada quatro vezes na Justiça, sendo que na última, José Mendonça descumpriu a determinação judicial.

O atual mandato terminou no dia 23, segundo informou os ocupantes do Sinttel.

“E mesmo assim não teve quórum. Isso foi na última sexta-feira [21]. Daí ele marcou uma assembleia para hoje de manhã [segunda-feira] e tentar prorrogar seu mandato, mas nem ele compareceu. Quem veio fomos nós e resolvemos ocupar a sede, depois de realizarmos a assembleia”, diz Josival, que também é diretor do Sinttel, mas rompeu politicamente com José Mendonça.

“Rompi porque ele é um ditador, não deixa as pessoas se filiarem ao sindicato nem faz nada pela categoria. Para ele, o sindicato é só para fazer homologação”, afirma Josival.

Ainda de acordo com um dos líderes da ocupação, José Mendonça responde a cinco processos na Justiça por causa de sua postura na presidência do Sinttel. “Três são minhas e dois de trabalhadores da base. Para você ter ideia, só da Alma Viva temos 7 mil trabalhadores que poderiam se filiar ao Sinttel, mas o sindicato só cerca de 380, contando com os aposentados”.

O objetivo dos ocupantes da sede do Sinttel é que a Justiça resolva o problema.

“Ainda hoje [segunda-feira] protocolamos um pedido ao Judiciário para que seja nomeado um interventor e que um novo processo eleitoral seja iniciado. Só entregaremos a chave da sede a esse interventor”, garante Josival.

A reportagem da Tribuna Indenpendente tentou contatar José Mendonça, mas seu telefone estava desligado.

Remédios vencidos e salas como depósitos

Na sede do Sinttel, na sala que deveria ser destina da à prestação de atendimentos odontológicos, o abandono dá o tom. Além de servir de depósito de documentos e materiais diversos, o medicamento disponível está vencido. Alguns itens há mais de 15 anos.

“Desde que José Mendonça tomou posse da presidência do sindicato, em 2002, que o serviço odontológico está fechado. Ele também fechou o serviço de assessoria jurídica aos associados”, afirma Josival Barbosa.

Não só os medicamentos e utensílios para o atendimento odontológico estavam estragados na sede do Sinttel. Banheiros do térreo também estão entupidos e as salas cheias de tralhas, servindo como depósitos improvisados.

De acordo com os ocupantes, essa situação da sede da entidade já vem há muito tempo porque José Mendonça afastou os demais diretores do Sinttel, assim como novo filiados.

Eles afirmam que o presidente da entidade afastou os demais diretores e qualquer novo associado que ia até o Sinttel. Nesses casos, relatam, criava-se uma série de dificuldades e, se cumpridas, as fichas de filiação nunca eram cadastradas.

REDES SOCIAIS

A disputa entre oposição e situação pelo comando do Sinttel ganhou as redes sociais já tem algum tempo.

Na ausência de sites e perfis oficiais da entidade, o grupo que ocupou nesta segunda-feira a sede da entidade criou espaços para dialogar com a categoria e, também, atacar politicamente José Mendonça.

Numa das postagens, o grupo chama o atual presidente do Sinttel de “dono do sindicato” e “invasor”.

No dia 21 de maio, o grupo publicou: “Será que esse ‘Sr.’ não cansa de Prejudicar Aposentados e Não Aposentados em Telecomunicações no Estado de Alagoas? Não chega estar enganando Aposentados com FGTS, Produtividade e Plano Bresser, Não Chega ter expulso [sic] os Aposentados da sede em 2003”.