Política

Em dez anos, agenda política de Alagoas e de Maceió segue a mesma

Para Ranulfo Paranhos, falta aos governantes alagoanos pensar políticas públicas que tenham efeito em médio ou longo prazo, daí as demandas seguirem sendo as mesmas nessa década que passou

Por Tribuna Independente 11/07/2017 11h19
Em dez anos, agenda política de Alagoas e de Maceió segue a mesma
Reprodução - Foto: Assessoria

A Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf) completou dez anos na segunda-feira (10) e ao longo desse período noticiou e propôs a discussão de diversos temas, entre eles a atuação dos governantes alagoanos. Nesta década, a agenda de políticas públicas parece não ter mudado. O discurso de quem detinha a “caneta” em 2007 – Teotonio Vilela Filho (PSDB), Governo do Estado; e Cícero Almeida, hoje no PMDB, na Prefeitura de Maceió – é o mesmo de que a detém atualmente.

Para Ranulfo Paranhos, falta aos governantes alagoanos pensar políticas públicas que tenham efeito em médio ou longo prazo, daí as demandas seguirem sendo as mesmas nessa década que passou.

“Tanto no Governo do Estado quanto na Prefeitura de Maceió, os antecessores dos atuais gestores ficaram oito anos nos respectivos gabinetes. Esse período a gente já pode dizer que é médio prazo. Mas o que se vê em índices educacionais ou de saúde? Os mesmos problemas. As ações são sempre para ter efeito imediato e de pouco fôlego, tanto antes quanto agora”, analisa.

Atualmente, o discurso para justificar dificuldades de execução de políticas públicas é a crise financeira e política que o Brasil passa nesse momento. Entretanto, o cientista político ressalta que entre 2007 e os dias atuais também houve bonança na economia e na política nacional.

“Não dá para dizer que a culpa é do Governo Federal ou da situação atual do país. Estamos falando de um período de dez anos”, comenta.

Na avaliação de Ranulfo Paranhos, faltou ao governo de Teotonio Vilela Filho uma área de atuação central. Como exemplo ele cita que Ronaldo Lessa, antecessor do tucano, priorizou o servidor público e o atual governador, Renan Filho, é a segurança pública.

“Até hoje Ronaldo Lessa tem votos de servidores públicos. De fato, muitas demandas desse setor foram atendidas por ele. Renan Filho tem a questão da segurança como centro de atuação. É verdade que é difícil a um governo sanar tudo de todas aas áreas porque o gargalo é apertado. A questão que Teotônio não priorizou nenhuma área. Na Prefeitura de Maceió ocorreu algo semelhante. Cícero Almeida optou por obras, muitas das quais viabilizadas pela Kátia Born e finalizadas por ele. Já Rui Palmeira também não demonstra ter uma área ‘carro-chefe’”, analisa.

A reportagem da Tribuna Independente entrou em contato com o ex-governador Teotônio Vilela Filho, através de sua assessoria, e com o ex-prefeito – e atual deputado federal – Cícero Almeida, mas até o fechamento dessa edição não houve resposta.