Política
Everaldo Patriota desafia Rodrigo Maia a arquivar pedido impeachment
Conselheiro federal da OAB garante que argumento de presidente da Câmara dos Deputados para suspender processos não cabe ao documento da autarquia
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou na Câmara dos Deputados, na tarde de ontem (25), seu pedido de impeachment de Michel Temer (PMDB) da Presidência da República.
O documento tem por base falas do próprio peemedebista nas quais admite ter cometido crimes, como ouvir Joesley Batista – dono da JBS – de que envia subornos a Eduardo Cunha na prisão e de que “possui” um procurador para frear as investigações da Lava Jato.
O pedido de impeachment foi protocolado por Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB, acompanhado dos conselheiros federais da autarquia. Entre eles, o alagoano Everaldo Patriota, que desafia o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a arquivar o pedido da OAB de impeachment de Michel Temer sob o argumento de eles estavam precários e baseados em recortes de jornais, assim como fez com outros pedidos.
“Ele [Rodrigo Maia] tem que analisar o nosso [pedido de impeachment]. Quero que ele diga que o nosso é baseado nisso [recorte de jornais]. Esse discurso não tem espaço para o pedido da Ordem”, diz o conselheiro federal da OAB.
A íntegra do pedido de impeachment de Temer foi disponibilizado na internet.
“Como é que um presidente recebe um indivíduo contando um monte de crime e depois vai dizer que não adotou nenhuma medida porque o cara era ‘fanfarrão’? Só o fato de ele [Temer] recebê-lo com outro nome, daquela forma e naquela hora já não é republicano”, afirma. Para o conselheiro federal da OAB, o Michel Temer infringiu a Constituição. “Ele cometeu crime de responsabilidade, sem a menor dúvida”, afirma Everaldo Patriota, que também preside a Comissão Nacional de Direitos Humanos.
DESESPERO
Para Everaldo Patriota, a convocação do Exército no último dia 24, durante a manifestação em Brasília, foi inconstitucional.
“Aquilo foi totalmente inconstitucional porque nenhum chefe de poder pediu a presença do Exército. O ofício do Rodrigo Maia fala em força nacional e depois, pela repercussão, ele disse que não pediu e citou um disse me disse. Tivemos Estado de Sítio por algumas horas em Brasília. Coisa de quem está desesperado”, diz o advogado.
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