Diante da informação de um suposto vazamento de gás na unidade de mineração da Braskem, em Bebedouro, na manhã desta quarta-feira, 27, o deputado Dudu Hollanda (PSD) usou a tribuna do Parlamento e defendeu a transferência da mesma para o Pólo Multifabril de Marechal Deodoro, onde já existe uma de suas unidades. O parlamentar, que considera a fábrica uma “bomba atômica”, informou que, na condição de presidente da Comissão do Meio Ambiente da Casa, está encaminhando ofício para que a indústria preste esclarecimentos sobre o ocorrido e informe quais os programas adotados no sentido de garantir a segurança da população do seu entorno.

“Para que, mais uma vez, não venha causar problemas à saúde das pessoas e até mesmo a morte, como já ocorreu no passado”, disse o deputado, lembrando do acidente ocorrido em maio de 2011, quando houve o rompimento de duas tubulações da fábrica. O vazamento de gás intoxicou dezenas de pessoas entre moradores e funcionários. Na época, Dudu Hollanda fez parte de uma comissão criada exclusivamente para averiguar as causas dos vazamentos e cobrar esclarecimentos por parte da indústria. “Essa indústria ultrapassada parou o desenvolvimento da região sul de Maceió. Ninguém investe naqueles bairros circunvizinhos”, lamentou Hollanda, observando que as comunidades vivem assustadas com a possibilidade de outros vazamentos.

Em aparte, o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) observou que a Comissão do Meio Ambiente deve se aprofundar sobre o assunto, ponderando que apesar dos riscos, a empresa contribui para o fomento da cadeia produtiva do plástico.

Comissão de Meio Ambiente da Câmara quer explicações sobre suposto vazamento

A Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente da Câmara Municipal de Maceió que saber o que de fato aconteceu no episódio de suposto vazamento de gás em uma das unidades da Braskem no bairro da Cambona, que teria ocorrido no começo da tarde desta quinta-feira (27). A imprensa chegou a anunciar o caso como vazamento de gás, mas a empresa logo se apressou em desmentir e revelar que houve apenas um problema em um cano da tubulação de água. Ainda de acordo com a empresa, a Braskem não trabalha com gás no local onde ocorreu o problema.

Vereador Chico Filho, presidente da comissão, cobrou que a empresa esclareça o que de fato aconteceu, já que maceioenses podem estar em risco (Foto: Assessoria / Câmara de Maceió)

O presidente da Comissão e Defesa do Meio Ambiente, vereador Chico Filho (PP), utilizou a tribuna da Casa para cobrar uma posição sobre a verdade dos fatos por parte da Braskem. Ele mostrou preocupação com a existência de unidades da empresa em bairros de grande densidade populacional como a Cambona, o Vergel e áreas adjacentes. Ao encerrar sua fala na sessão ordinária desta quinta-feira, Chico Filho se dirigiu ao local do incidente para ver, de perto, qual a real situação do caso.

“O ideal seria que essa empresa funcionasse no polo industrial. A existência da Braskem na cidade Maceió coloca a população sempre em risco. No começo da tarde, recebi mais de 30 ligações telefônicas de pessoas próximas, eleitores, todos preocupados com o ocorrido. Por isso, como presidente da Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente, vou protocolar requerimento para que possamos investigar mais a fundo o assunto. Mas, antes disso, já saio daqui direto para o local do incidente para tentar entender o que de fato ocorreu”, destacou. Além dele, compõem a comissão, os vereadores Antônio Hollanda (PMDB) e Silvânio Barbosa (PMDB).