Política
Cortes no orçamento preocupam reitor do Ifal
Sérgio Teixeira, dirigente da instituição de ensino, ressalta que mais de 20 mil alunos podem ser afetados este ano
Com 16 campus em todo o Estado, um custeio geral em torno de R$ 64 milhões e mais de 20 mil alunos afetados, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (Ifal) vem passando por diversas dificuldades para conseguir fechar o ano letivo por conta dos cortes do Governo Federal.
Em entrevista à Tribuna Independente, o reitor da instituição, Sérgio Teixeira fala sobre o assunto e diz também que vai a Brasília para tentar resolver esses problemas junto ao Ministério da Educação.
Tribuna Independente - Mais um ano de gestão à frente do Instituto Federal de Alagoas, o Ifal, quais os destaques dados em indicadores voltados à educação pública?
Sérgio Teixeira - Indicadores são os resultados através da pesquisa e do ensino da instituição que a gente tem alcançado. Números realmente importantes, exponenciais, com o crescimento da quantidade de projeto de pesquisa e pesquisadores, a quantidade de projeto de extensão. Quando nós assumimos só tínhamos um projeto de extensão. Neste ano estamos com mais de 200 projetos, mais de 700 alunos com bolsas de estudo. E os indicadores através do ensino, das olimpíadas, da participação de alunos em eventos nacionais e internacionais e a própria expansão com a interiorização do Ifal. A gente passou de 4.500 alunos para mais de 20 mil estudantes. Ultrapassamos o número de servidores que era de 6 mil servidores quando eu assumi tinha 700. São números gigantescos num curto espaço de tempo e os resultados estão surgindo naturalmente.
Tribuna Independente - Os atuais investimentos do Governo Federal para o ensino apontam para avanços na educação pública?
Sérgio Teixeira - Não. Os números que estamos recebendo desde o ano passado estão nos dificultando bastante. Para se ter uma ideia tivemos o orçamento normal de 2016 e esse orçamento foi limitado 90% do que foi gasto em 2015. No ano passado retornou para algo que foi executado em 2015 e cortou 10%. Quando é agora esse mês que saiu a portaria estabelecendo limites. Limite é como se fosse um cheque especial onde você tem o dinheiro lá, mas que só pode gastar dentro daquele limite. Então a gente tem o orçamento mantido, aprovado por lei, porém só posso gastar 80% do orçamento. Isso vai inviabilizar várias ações, tanto que irei para Brasília para tratar diretamente com a secretária sobre isso para ver se mudamos esse quadro, pois essa inviabilização implica no dia-a-dia da instituição funcional, por exemplo, pra você funcionar uma escola tem que ter a limpeza, tem que ter a segurança, tem que ter todo um apoio. Então isso está atacando diretamente a terceirização, que hoje a gente emprega bastante. Em relação à alimentação mesmo, nós temos campus como o de Satuba que é agrícola onde o aluno fica em horário integral, então esse corte atinge a alimentação de lá e inviabiliza a gente. Isso atrapalha, pois um aluno que tem o incentivo de produzir pesquisa, produzir projeto de extensão já querendo mostrar sua produção lá fora fica impedido e se desestimula. Vai ficar quase impossível de enviarmos qualquer aluno para apresentar seus projetos em outros países. Antes da portaria nós conseguíamos enviar.
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