Política
Federação dos Trabalhadores na Agricultura considera PEC a "morte do trabalhador"
Federação mostra que trabalhadores rurais serão os grandes prejudicados
Em sequência à publicações de matérias que tratam das discussões sobre a proposta da Reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados, a Tribuna Independente repercute nesta quinta-feira (30) uma entrevista feita com um representante dos trabalhadores rurais.
A categoria pode ser uma das mais prejudicadas caso a reforma previdenciária seja aprovada, segundo a opinião de Genivaldo Oliveira, atual presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag).
Oliveira trata do projeto, ainda em discussão pelos parlamentares, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que representante “a morte para o trabalhador rural”.
Para o presidente da Fetag, muito se fala de dívida pública, no entanto, poucos são os números explicitados pelo Governo Federal.
“Como é que a previdência é deficitária se ela tinha 20% da arrecadação e poderia remanejar para outro órgão? E o governo aumenta o valor da arrecadação de 20% para 30%. Como é que eu posso tirar 30% de um órgão que é deficitário? O governo fala muito da dívida pública, mas não mostra em números reais de quanto é o débito”, argumenta Oliveira em entrevista à reportagem da Tribuna Independente.
Genivaldo Oliveira explica ainda que a contribuição do trabalhador rural é tratada pela Constituição Federal como inclusão social e que o governo precisa, de fato, cobrar de quem realmente está em débito com o país que são as grandes empresas.
“As maiores empresas devem mais de R$ 500 bilhões e o governo não tem coragem de cobrar de quem realmente está devendo. E aí vai acabar com os pobres se essa reforma [Previdência] for aprovada, pois estamos falando de um agricultor que passa 50 anos da sua vida para receber um salário mínimo. Sou um deles, sou agricultor familiar e comecei a trabalhar aos nove anos. Não se encontra cortador de cana com mais de 50 anos e essa reforma vem pra assassinar essa categoria. As usinas só contratam cortador dos 18 aos 35 anos porque eles estão no auge da força para produzir mais. Se fizermos um levantamento não se encontra um cortador de cana com 65 anos. Daí a pergunta: Como eles vão se aposentar com 65?”, justifica Genivaldo Barbosa.
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