Política
Manifestação em Brasília faz enterro simbólico da "velha política"
Esplanada dos Ministérios recebeu 630 pessoas, nas contas da Polícia Militar

A Esplanada dos Ministérios recebeu 630 pessoas, nas contas da Polícia Militar (PM), para protestar contra a corrupção. Uma das principais pautas de reivindicação repudiava a lista fechada, que vem sendo defendida por vários políticos. No alto de um carro de som, a coordenadora do movimento Vem Pra Rua, Juliana Dias, discursou contra o modelo eleitoral proposto no Congresso, que considera “a coisa mais antidemocrática que existe”.
“Lista fechada é contra a democracia. É votar no partido e não mais nas pessoas e eles [os partidos] põem lá dentro quem eles quiserem. Essa é a principal pauta do dia”, explicou. No modelo, defendido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dentre outros parlamentares, os partidos definem previamente os nomes que estarão na disputa e o eleitor vota no partido e não mais no candidato.
Sob o sol forte, pessoas vestiram camisas amarelas e levaram faixas e cartazes contra a corrupção. Além do modelo eleitoral de lista fechada, os manifestantes também criticaram as tentativas de mudança das Dez Medidas contra a Corrupção. Uma faixa mencionava o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos que defendem alterações no projeto de iniciativa popular enviado ao Congresso: “Renan, abuso de autoridade é a autoridade abusar do dinheiro do povo”.
O projeto das Dez Medidas contra a Corrupção foi alterado para incluir a previsão de crimes de responsabilidade para punir juízes e membros do Ministério Público (MP) por abuso de autoridade. A tramitação do projeto acabou sendo suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. Os manifestantes viram a tentativa como uma forma dos parlamentares intimidarem a Justiça e o Ministério Público, que os investigam.
O juiz federal Sérgio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MP, Deltan Dallagnol, também foram lembrados. A manifestação, que começou às 10h e terminou ao meio-dia, demonstrou apoio à Operação Lava Jato e ao trabalho de Moro e Dallagnol. O ato terminou com um enterro simbólico do que chamaram de “velha política”.
Lápides foram levadas para a frente do espelho d'água do Congresso Nacional, ao som de uma marcha fúnebre. Em cada uma das lápides, a foto de um político. Fernando Collor, Aécio Neves, Gleisi Hoffmann, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Edison Lobão, Jorge Viana e Romero Jucá foram lembrados, além do deputado Rodrigo Maia, Dilma Rousseff e Lula. Ao final, os manifestantes cantaram o hino nacional e se dispersaram.
Um enterro simbólico da "velha política" encerrou o ato que ocorreu em frente ao Congresso Nacional (Foto: Antonio Cruz /Agência Brasil)
O Detran fechou o trânsito na Esplanada durante toda a manhã. Os acessos para a Esplanada ocorreram pelas vias S2 e N2, atrás dos ministérios. Policiais fizeram a revista do público na altura da Catedral e no gramado em frente ao Congresso Nacional. Segundo a PM, nenhum material ilícito ou inapropriado para o evento foi encontrado.
Seiscentos policiais fizeram a segurança do ato, que não registrou confusão. De acordo com a assessoria da PM, o efetivo policial foi definido com base na estimativa de público dos organizadores, que acabou ficando bem aquém do previsto – em torno de 100 mil pessoas.
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